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Além de pagar US$ 1 milhão, o brasileiro Carlos Ghosh ficou proibido por 10 anos de liderar empresas listadas na Bolsa
Além de pagar US$ 1 milhão, o brasileiro Carlos Ghosh ficou proibido por 10 anos de liderar empresas listadas na Bolsa| Foto: AFP/CHRISTOPHE SIMON

Um ano após a prisão do ex-presidente da Nissan, Carlos Ghosn, sua esposa Carole disse que o marido deveria ser processado na França, já que segundo ela, em Tóquio não vai enfrentar um processo justo. O Japão tem um "sistema judiciário hostil" que considera os réus "culpados até que se prove a inocência", afirmou em entrevista à Bloomberg TV. "O afastaram e agora estão buscando as provas".

O processo, o maior da história japonesa envolvendo uma empresa, deve começar em abril. Carole sugeriu que fosse adiado a depois da Olimpíada de Tóquio para evitar que manche a reputação do país.

Carole luta para sensibilizar mídia, políticos e defensores dos direitos humanos sobre o sistema judiciário japonês que permite que as autoridades mantenham suspeitos presos por longos períodos. Ela pediu a França, Estados Unidos e Brasil - países onde Carlos tem a cidadania - que façam mais para o marido.

No mês passado o ex-presidente francês Nicolas Sarkozy encontrou Ghosn em Tóquio, com o consentimento do presidente Emmanuel Macron. Um grupo de advogados franceses solicitou que Ghosn seja processado na França. Uma ideia rejeitada pelo ministro francês Bruno Le Maire que não quer "interferência" no sistema judiciário do Japão.

Na entrevista, Carole reclamou que não vê o marido há oito meses e recebe atualizações por meio apenas de filhos, família e advogados. "Destruíram nossas vidas, são cicatrizes eternas. Tem sido o ano mais difícil da minha vida", afirmou. No dia em que o marido foi preso pela quarta vez, ela teve o passaporte libanês apreendido e o celular confiscado pelas autoridades.

Ela deixou o país com o passaporte americano, mas retornou no mesmo mês para dar explicações. "Estava com medo, estava sozinha em um país onde não conheço ninguém. Não fugi", disse.

Os procuradores japoneses detiveram Ghosn várias vezes e ele agora responde por quatro acusações, que ele nega. O executivo é acusado de ocultar parte da sua renda e de repassar à montadora perdas com investimentos pessoais.

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