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A Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab) quer ampliar a vacinação do gado para superar a crise da febre aftosa. A segunda fase da campanha de imunização deste ano, marcada para o período de 1.º a 20 de novembro, pretende atingir 100% dos 9,89 milhões de bovinos e bubalinos do Paraná. A meta foi confirmada ontem pelo secretário estadual da Agricultura, Newton Pohl Ribas.

Para vacinar todo o gado, no entanto, será necessário superar a primeira etapa da campanha, realizada em maio, quando o índice de vacinação foi de 97,6%. Segundo a Seab, a saída é derrubar a resistência verificada em comunidades indígenas, assentamentos, áreas em litígio e propriedades com pequenos rebanhos próximas à zona urbana.

Em maio, informa a Seab, 4,2% das 221,3 mil propriedades com bovinos e bubalinos não vacinaram seu rebanho. Esses proprietários teriam sido procurados por fiscais e veterinários para regularizar a situação. O total de criadores multados – quem não vacina está sujeito a multa de R$ 76,45 por cabeça – não foi divulgado.

O objetivo dos órgãos envolvidos na campanha de vacinação não é multar os criadores, afirma o secretário executivo do Conselho Estadual de Sanidade Agropecuária, Inácio Afonso Kroetz. "Se eles vacinam, damos graças a Deus." Ele afirma que, na segunda fase da campanha, os 162 Conselhos de Sanidade Animal do Paraná – municipais e regionais – vão ajudar a estimular os pequenos agropecuaristas.

A resistência desse grupo, segundo avaliação de Kroetz, está relacionada à forma como ocorre a vacinação. "Nem todo criador sabe aplicar a vacina, que é vendida de dez em dez doses e custa R$ 10,00", observa. No entanto, essas questões são de fácil solução, defende. Para ele, os municípios têm alternativas, como colocar um veterinário à disposição para aplicar as vacinas. "Além disso, as doses podem ser compradas em grupos. Quem fica com a nota fiscal pode declarar a vacinação de cabeças de gado de seus vizinhos."

Os criadores terão até 30 de novembro para procurar unidades veterinárias da Seab e apresentar os comprovantes de vacinação. Quem não cumprir essa exigência também está sujeito à multa de R$ 76,45 por cabeça de bovino ou bubalino. Os comprovantes incluem a nota fiscal e um formulário sobre a vacinação, distribuído pelas próprias lojas veterinárias.

O secretário da Agricultura sustenta que, além da vacinação, o Paraná está ampliando a defesa agropecuária. Segundo ele, haverá concurso para contratação de 518 técnicos que vão atuar em todo o estado. Ribas aponta ainda o investimento de R$ 2,73 milhões na reforma e ampliação do Centro de Diagnóstico Marcos Enrietti, laboratório de referência da Seab.

Essas medidas, no entanto, não eliminam o risco da aftosa, admite. Altamente contagiosa, a doença pode ser transmitida inclusive pelo ar e pela água. Calçados e roupas de pessoas que tiveram contato com animais doentes também apresentam risco. Os animais afetados apresentam feridas (aftas) na boca, casco e úbere. Como isso causa prejuízo a qualquer rebanho, o mercado internacional rejeita a carne de regiões infectadas. Segundo os técnicos da Seab, para ter efeito, a vacinação precisa ser repetida de seis em seis meses.

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