Capitaneado pela diferença de juros entre o Brasil e o resto do mundo e pela segurança com que o país é visto hoje no exterior, o investimento estrangeiro em títulos de renda fixa brasileiros disparou. Entre janeiro e maio, foram US$ 12,1 bilhões, o segundo maior valor da década para o período. O fluxo só é inferior aos US$ 12,3 bilhões de 2007.
Os dados, compilados pelo Banco Central (BC), incluem papéis emitidos pelo governo e por empresas, como debêntures e commercial papers. Esse é um dos fatores que ajudam a explicar o bom desempenho do real no mercado internacional de câmbio, a despeito do ambiente global repleto de incertezas. Até a última quarta-feira, a moeda brasileira era a que apresentava a terceira maior valorização ante o dólar no acumulado do ano, atrás apenas do iene japonês e do peso mexicano.
Comparando o real a uma cesta de 11 moedas (como o rand sul-africano e o dólar australiano), percebe-se que a moeda brasileira está no nível mais alto desde o início do segundo semestre de 2008, pouco antes da quebra do banco norte-americano Lehman Brothers. Em meados daquele ano, o país conquistou o grau de investimento, selo de qualidade concedido por agências de classificação de risco de crédito. Se não bastasse isso, o Brasil paga a maior taxa de juros do mundo. Descontada a inflação, ela está na faixa de 4,5% ao ano. Nos EUA, na Europa e no Japão, os três mercados mais ricos do planeta, o juro real está negativo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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