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Davi Monteiro, professor da Unila, começou pesquisa em 2012 | Christian Rizzi / Gazeta do Povo
Davi Monteiro, professor da Unila, começou pesquisa em 2012| Foto: Christian Rizzi / Gazeta do Povo

Pesquisas

No Brasil, apenas um grupo de pesquisa estuda a geração de energia a partir dos estuários. Na Noruega e Holanda, projetos pilotos, de pequeno porte, foram colocados em prática.

Como as pesquisas estão em fase laboratorial e não existem usinas em atividade em larga escala, não há estudos que indiquem com precisão a quantidade de energia produzida. No entanto, com base no volume de águas de rios disponíveis hoje, é possível afirmar que a produção de energia seria maior que toda a matriz mundial disponível.

Talvez um leigo nunca imaginaria, mas no futuro os estuários – regiões de transição entre rios e mares – podem se transformar em fonte potencial de energia elétrica. O assunto já é levado a sério pelos europeus e tornou-se tema de pesquisa do professor da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), Davi Monteiro.

Físico, Monteiro é professor do curso de Energias Renováveis da Unila e se interessou pelos estudos de fontes alternativas de energia. O aproveitamento da chamada energia azul, por estar relacionada aos oceanos, ocorre a partir de membranas semipermeáveis, explica o professor. A água, doce e salgada, é canalizada para um tanque, sem necessidade de queda ou desnível como ocorre em hidrelétricas. A membrana não deixa a água salgada passar de um lado para outro. Esse mecanismo provoca uma diferença de pressão e faz girar uma turbina, que ficaria próxima ao estuário.

A geração de energia depende, praticamente, da qualidade da membrana, segundo Monteiro. É esse o desafio dos pesquisadores, porque a membrana tem furos que só deixam passar moléculas de água. Porém, com o tempo, os furos acumulam sujeira e é necessário trocar os equipamentos, que são caros.

"O grande avanço é construir membranas que se possa usar muito tempo e que aguentem uma pressão grande ou de um volume grande de água, porque quanto maior for o tamanho dessa membrana, fisicamente ela vai receber maior volume de água", relata o professor. Apesar de ser semipermeável, a membrana precisa deixar passar substâncias apenas de um lado para outro. É nesse ponto que as pesquisas se concentram hoje.

Protótipo

Para efeitos de estudos, Monteiro, que começou a pesquisa em 2012, montou um protótipo, um tanque de vidro que tem água doce e salgada. O tanque serve para testar a eficiência de membranas semipermeáveis, ou seja, o tempo de vida útil e a resistência dos poros. "É um trabalho experimental para testar quanto elas suportam não só de sal dissolvido, mas também de outras partículas", explica.

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