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Juros do microcrédito cairão de 60% para 8% ao ano

O novo Programa de Microcrédito Orientado, lançado ontem pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, em solenidade em Brasília, terá juros de 8% ao ano. Para isso, o Tesouro Nacional fará uma equalização das taxas que poderá chegar a R$ 500 milhões por ano. Dados do governo mostram que as taxas de juros praticadas hoje no mercado chegam a até 60% ao ano. De acordo com Mantega, o programa de microcrédito terá as menores taxas do mercado. Segundo o ministro, o objetivo é elevar o padrão de vida da população e a geração de emprego no país.

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Liderança

Maior alta foi do financiamento habitacional

O crédito habitacional liderou, mais uma vez, a expansão dos empréstimos em julho. Dados divulgados ontem pelo Banco Central (BC) mostram que o total dessas operações realizadas por pessoas físicas e cooperativas habitacionais mostrou expansão de 3,5% em julho ante junho e atingiu R$ 173,286 bilhões. No acumulado em 12 meses até julho, essas operações registram expansão de 49,2%.

Entre as demais operações de crédito que registraram expansão acima da média em julho, o setor "outros serviços" apresentou crescimento de 1,8% da carteira no mês, para R$ 314,413 bilhões. O comércio teve aumento dos financiamentos de 1,1%, exatamente na média do mercado, para R$ 189,650 bilhões.

Os financiamentos para pessoas físicas apresentaram expansão de 0,9% no mês passado ante junho e o estoque atingiu R$ 592,191 bilhões. Já a indústria registrou aumento das operações de 0,7% em julho ante junho, para R$ 387,113 bilhões no estoque de empréstimos.

Cheque especial cobra as maiores taxas em 12 anos

Apesar da queda na taxa média de juros no crédito às famílias em julho (de 46,1% para 45,7% ao ano), duas linhas de financiamento apresentaram alta: o cheque especial e o consignado. A taxa de juros do cheque especial chegou a 188% ao ano, a maior desde abril de 1999, quando estava em 193,7% ao ano. No consignado, a alta foi pequena, de 27,7% para 27,9% ao ano.

O chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, disse que julho é sazonalmente um mês mais fraco para o crédito, mas que os números refletem também o impacto das medidas de restrição aos financiamentos e a desaceleração da economia.

Disse ainda que não é possível falar em uma tendência de queda nos juros para pessoas física, apesar da redução nos últimos dois meses. "Para caracterizar tendência, precisamos esperar mais", afirmou. (Folhapress)

Brasília - O estoque de crédito na economia brasileira cresceu 1,1% em julho ante junho, atingindo R$ 1,854 trilhão, de acordo com dados divulgados pelo Banco Central (BC). No acumulado do ano, o crédito tem expansão de 8,7% e, nos últimos 12 meses encerrados em julho, registrou aumento de 19,8%.

Embora a concessão de crédito tenha mostrado em julho pouco arrefecimento da velocidade de crescimento, seria oportuno que o governo esperasse os dados referentes a agosto e setembro sobre o indicador, a fim de ter mais informações sobre como a crise internacional afetou o consumo doméstico, comenta a economista-chefe da Rosenberg e Associados, Thaís Zara. Mesmo com a adoção de medidas macroprudenciais desde o fim de 2010 e de o BC ter adotado um ciclo de aumento de juros em janeiro deste ano, as operações de crédito do sistema financeiro nos últimos 12 meses avançaram em um ritmo superior à alta de 15% vista como adequada por autoridades do Poder Executivo. "Deve ter ocorrido alguma queda do prazo e elevação dos juros para o crédito, mas é preciso verificar qual será a intensidade", comenta a economista.

Crédito pessoal

De acordo com Thaís, o crédito pessoal subiu 3,8% em julho ante junho, descontados fatores sazonais e a inflação. Segundo ela, a aquisição de outros bens, que engloba mercadorias duráveis com exceção de automóveis, avançou 10,5% no mesmo período. A economista destacou que a concessão de empréstimos na categoria recursos livres subiu 0,7% no mês passado, na margem, e registrou uma elevação de 17,8% no acumulado em 12 meses. Na sua avaliação, pode ser considerada como normal a alta em julho de 0,9% e de 0,5% das carteiras de pessoa física e jurídica, respectivamente. Contudo, a concessão de financiamentos às pessoas físicas baixou 2,9%.

Para Thaís, a desaceleração do nível de atividade nos EUA e Europa deve provocar uma redução do consumo no Brasil em agosto e setembro. "Mas o avanço dos problemas econômicos externos deverá levar o BC a manter os juros estáveis até o fim deste ano", afirma. A economista acredita que a expansão das operações de crédito no Brasil deve aumentar entre 17% e 18% neste ano, pouco acima do esperado pelo governo.

Thaís ressalta que tal fato deve ocorrer numa conjuntura marcada pela expansão mais moderada do PIB – sua projeção para o indicador neste ano está sendo revisada e deve ficar pouco abaixo de 4%. Segundo ela, um dos fatores que devem contribuir para tal diminuição da estimativa do PIB é o desempenho menos vigoroso da indústria. Muitos representantes do setor manufatureiro apontam que o câmbio valorizado estimula de forma expressiva as importações, o que afeta a produção nacional. Para 2012, a economista-chefe da Rosenberg espera que o PIB perderá um pouco de força e apresentará alta de 3%.

Micro e pequenas empresas estão menos pontuais no pagamento

A pontualidade de pagamento das micro e pequenas empresas (MPEs) do país caiu para 94,9% em julho, de acordo com pesquisa divulgada ontem pela Serasa Experian. Isso significa que, a cada mil pagamentos realizados, 949 foram quitados à vista ou com atraso máximo de sete dias. O resultado de julho representa queda ante junho, quando a pontualidade do setor foi de 95,1%, e na comparação com julho de 2010, quando foi de 95,3%.

Na avaliação dos economistas da Serasa Experian, a capacidade de pagamento das micro e pequenas empresas foi afetada no período por fatores como a desaceleração econômica, a alta dos juros e o aperto nas condições de crédito.

As maiores quedas de pagamentos em dia em julho ante o mesmo mês de 2010 foram registradas entre as micro e pequenas empresas industriais (recuo de 0,5 ponto porcentual) e de serviços (queda de 0,9 ponto porcentual). Já entre as companhias do setor comercial, a pontualidade cresceu 0,1 ponto porcentual no período.

O valor médio dos pagamentos realizados em dia no acumulado dos primeiros sete meses de 2011 em relação ao mesmo período do ano passado cresceu 6,2% (R$ 1.589,06 contra R$ 1.496,55). O valor ficou ligeiramente abaixo da inflação no período, que foi de 6,4% pelo IPCA. De acordo com a Serasa Experian, a queda do valor em termos reais é um sinal adicional de dificuldades que as MPEs estão encontrando em quitar seus compromissos em dia.

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