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O dólar fechou em alta pela terceira sessão consecutiva nesta terça-feira, reagindo à maior aversão a risco no exterior em meio à crise na Irlanda e a tensões geopolíticas entre as Coreias.

No entanto, o movimento foi abrandado por crescentes perspectivas de que o Banco Central será levado a subir o juro no próximo ano, o que deixaria ainda mais atrativo a rentabilidade de investimentos no Brasil.

A moeda norte-americana avançou 0,29%, a R$ 1,735 na venda. Anta uma cesta de divisas, o dólar subia 1,1%, favorecido pela queda de 1,7% do euro.

"O mercado está mesmo estressado com os problemas na Irlanda, ainda mais porque os problemas podem se espalhar a outras economias. E ainda tem a briga entre as Coreias.", disse João Medeiros, gerente de câmbio da Pioneer Corretora.

As principais bolsas de valores globais e commodities tinham mais um dia de perdas, com investidores temendo que o plano de ajuda à Irlanda definido pela União Europeia (UE) e Fundo Monetário Internacional (FMI) não seja suficiente para sanear os problemas bancários do país.

Tensões entre a Coreia do Norte e a do Sul também reforçavam a aversão a risco. Pyongyang atacou uma ilha sul-coreana com dezenas de projéteis, na pior investida em décadas.

Medeiros destacou, contudo, que o mercado de câmbio captou com menos intensidade o ambiente arisco do exterior em meio à expectativa de que os juros no Brasil subam no ano que vem, tornando as aplicações domésticas ainda mais rentáveis.

"A provável saída do (presidente do Banco Central, Henrique) Meirelles está na mira do mercado, e está se criando um quadro que fomenta aumento de juros no ano que vem", disse.

A Selic está atualmente em 10,75%, e o mercado tem aumentado as projeções de inflação nas últimas semanas, segundo o relatório Focus, em meio a uma série de índices de preços indicando aceleração inflacionária.

Para o gerente de câmbio de um banco paulista, que pediu anonimato, o mercado de câmbio doméstico ficará atento também aos desdobramentos em torno da formação da equipe econômica de Dilma Rousseff, com investidores na expectativa quanto à postura do governo em relação ao câmbio.

"O (ministro da Fazenda, Guido) Mantega continuará no cargo, mas se o Meirelles realmente sair vamos ter que aguardar para ver como o governo vai 'afinar' o discurso do BC e da Fazenda. Até lá, o mercado ainda vai mostrar cautela", afirmou.

A presidente eleita Dilma Rousseff deve anunciar sua equipe econômica até quinta-feira, antes de viajar para a cúpula da Unasul com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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