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Unidade brasileira da Kirin opera com 35% de ociosidade considerando todos os segmentos e com 45% apenas no de cerveja | Josué Teixeira/Agência de Notícias
Unidade brasileira da Kirin opera com 35% de ociosidade considerando todos os segmentos e com 45% apenas no de cerveja| Foto: Josué Teixeira/Agência de Notícias

Comprada pela cervejaria holandesa Heineken, um dos maiores problemas da operação da Brasil Kirin foi seu tamanho desproporcional à demanda, segundo o presidente da companhia, André Salles. As empresas do setor costumam trabalhar com uma taxa de ociosidade média de 20% a 25%, reduzindo essa parcela às vésperas do verão e aumentando durante o inverno. Mas, a unidade brasileira da Kirin opera com 35% de ociosidade considerando todos os segmentos e com 45% apenas no de cerveja.

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“Entre os concorrentes do mercado, a Brasil Kirin vinha operando com um maior nível de capacidade ociosa nos últimos anos. Acho que um dos motivos que levou a empresa a uma situação deficitária foi o fato de ela estar superdimensionada. Ela tinha maior capacidade de produção do que necessitava”, afirmou Salles.

“A minha atuação foi no sentido de fazer o redimensionamento da empresa, seja sob o ponto de vista fabril, que levou à venda (para a Ambev) da fábrica de Cachoeiras do Macacu, no Rio de Janeiro, seja do ponto de vista de distribuição. Diminuímos a quantidade de centros de distribuição de 25 para 21. Também houve impactos em outros ativos. Vendemos caminhões e aviões da empresa”, completa o executivo.

Para Salles, a crise brasileira, o aumento do ICMS em alguns estados e a desvalorização do real (a companhia importa malte e depende da cotação em dólar do açúcar e do alumínio) também causaram impactos negativos na Brasil Kirin.

“Talvez decisões equivocadas (tenham sido tomadas)”, disse o executivo em referência ao período anterior a sua chegada à companhia, há um ano e meio. “Eu nunca havia visto uma empresa derretendo”, acrescentou. Em 2015, considerando os valores em ienes, as vendas da Brasil Kirin despencaram 25%.

Salles diz pretender seguir no comando da empresa pelo menos até o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) tomar uma decisão sobre a transação. A meta de sua gestão para 2017 é reduzir o prejuízo de R$ 284 milhões para R$ 146 milhões e elevar as vendas em 15,5%, para R$ 4,3 bilhões. No ano passado, as vendas ficaram quase estáveis.

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