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Nem a carga tributária, nem as leis trabalhistas. A grande barreira para o sucesso de uma startup no Brasil são os talentos. Essa é a opinião de três executivos bem sucedidos da internet brasileira:

Romero Rodrigues, fundador do Buscapé; Júlio Vasconcellos, do Peixe Urbano; e Sérgio Kulikovsky, da Certisign. Eles participaram ontem de um debate sobre como abrir uma empresa de tecnologia no Brasil, no primeiro dia da conferência The Next Web Latin America, evento que termina hoje em São Paulo.

"Criar uma equipe talentosa e que se mantenha motivada ao longo dos anos. Esse é o grande desafio", diz Vascocellos. "Não dá para contratar alguém que seja apenas bom o suficiente. Os contratados de hoje serão os responsáveis por atrair os talentos de amanhã. Para criar uma cultura de uma empresa com profissionais de primeira linha é preciso sempre contratar os melhores", disse.

Romero lembra que o país possui um déficit de engenheiros de software e profissionais com formação em Tecnologia da Informação. "Isso dificulta ainda mais a situação, mas também é uma oportunidade. A área de e-learning e ensino de programação vai crescer muito", afirma.

Os três executivos relativizaram a dificuldade em fazer negócios no Brasil, queixa recorrente do empresariado brasileiro. "Quando converso com investidores que fizeram negócios em outros países, como China e Rússia, todos eles afirmam que no Brasil a burocracia é menor", diz Romero. "Se você for falar com um advogado antes de abrir uma empresa, as colocações que ele vai fazer são tantas e tão confusas que a única maneira de lidar com isso é simplesmente ir lá e fazer, e ir resolvendo os problemas ao longo do caminho", afirma Kulikovsky.

Para o fundador do Peixe Urbano, a primeira leva de empreendedores digitais no Brasil mostrou que existem caminhos para contornar as questões burocráticas. "Vai levar um pouco mais de tempo e de dinheiro [que nos EUA], mas contratando as pessoas certas, o advogado certo, é possível solucionar essas questões."

Para Kulikovsky, outra dica importante é não ter medo dos líderes do segmento em que a empresa pretende atuar. "Muita gente se espanta quando digo isso, mas não é difícil se tornar líder no Brasil, um país que sofre com a falta de bons serviços. Se você está totalmente dedicado em criar uma empresa que tenha valor para o consumidor, você só precisa trabalhar duro. Em geral, os líderes só sáo líderes por questões políticas, e não porque possuem uma plataforma inovadora", afirma.

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