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A primeira fazenda do Paraná incluída na lista de áreas brasileiras habilitadas a vender carne bovina para a União Européia (UE) é o Sítio Pelisson, localizado no município de Paranavaí (Noroeste). A inclusão ocorre 35 meses após a suspensão das exportações pela suspeita de ocorrência de aftosa no estado.

"É o começo do retorno da pecuária paranaense", disse o proprietário da área, o médico Jorge Luiz Pelisson. Ele foi contatado ontem por um frigorífico disposto a pagar 10% a mais pela carne de sua fazenda. Numa área de 240 hectares, produz cerca de 300 bois prontos para o abate por ano, a maioria nelore. A carne era consumida na própria região ou enviada para São Paulo, relata.

Durante cinco anos, Pelisson bancou o custo do rastreamento. Só agora, recebendo 10% a mais pela carne, é que terá uma recompensa do mercado. Ele afirma que sempre apostou na sanidade por acreditar que as exigências da Europa devem ser adotadas inclusive no mercado interno.

O rastreamento depende da contratação de uma credenciadora. Todos os animais da propriedade, sem exceção, precisam ser registrados. O custo é de R$ 5 por cabeça, sem contar as auditorias, que em caso de confinamento, custam perto de R$ 1 mil e são realizadas a cada dois meses. "Acabei de receber um desses boletos", disse Plisson.

A lista da UE surgiu neste ano e conta agora com 329 fazendas – 33 acabam de ser incluídas, entre elas a paranaense. O governo do estado tenta estimular os produtores a aderir ao Sisbov, sistema nacional de rastreamento, exigência mínima para se exportar aos mercados mais exigentes e que mais remuneram.

Estão entre as 33 novas áreas 13 de Minas Gerais, 10 de Goiás e 9 de Mato Grosso. Todas as áreas candidatas passam por auditoria do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que as indica à UE.

Com a atualização, Minas Gerais segue na liderança entre os Estados habilitados, com 174 propriedades cadastradas e aptas a exportar para a Europa. Em segundo lugar está Goiás, com 62 fazendas, seguido pelo Mato Grosso, com 55 fazendas.

De acordo com o governo do Paraná, outras seis propriedades do estado já foram auditadas pelo Mapa. Elas são das regiões Norte e Noroeste e reúnem mais de 10 mil bovinos. Nos próximos dias, os auditores do Mapa e da estado devem auditar outras dez propriedades. A meta é incluir 30 áreas na lista da UE ainda neste ano.

O Paraná recuperou o status de área livre da aftosa em maio deste ano. Logo depois, foi reconhecido pela União Européia como área livre com vacinação. No entanto, até a última semana não podia exportar um quilo de carne bovina. Isso porque, nenhuma área de criação tinha sido habilitada. A mesma situação ocorre em Mato Grosso do Sul, onde ocorreram comprovadamente casos de aftosa em 2005.

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