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Há uma "boa chance" de o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) de agosto fechar o mês em deflação, afirmou nesta quarta-feira (20) o coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros. Ele fez a observação após comentar sobre a queda de 0,12% apurada na segunda prévia do índice, anunciada pela FGV.

Mas o economista não considera que, caso o índice realmente registre taxa negativa em seu resultado total de agosto, isso represente o início de um ciclo de deflações nos Índices Gerais de Preços (IGPs). Ele explicou que as taxas baixas e até mesmo negativas registradas pelos IGPs nas últimas divulgações da FGV indicam uma espécie de "ajuste" nos preços dos produtos agrícolas, que subiram muito de preço, devido a uma forte demanda e uma oferta reduzida. "Não estamos vivendo um cenário de deflação. Não é o caso", disse. "O que está ocorrendo agora é que os preços dos produtos agropecuários estão procurando um nível de equilíbrio", afirmou.

Quadros observou que muitos itens importantes no setor industrial atacadista continuam com aumentos de preços, principalmente os relacionados à cadeia siderúrgica. Além disso, o comportamento nos preços das matérias-primas (commodities) agrícolas, com grande peso na formação da inflação atacadista, não deve continuar a registrar taxas negativas por muito tempo. "Na margem, podemos ver que os preços de trigo, milho e soja estão voltando a subir", disse.

Entretanto, ele comentou que, com taxas mensais reduzidas ou até mesmo em queda, a taxa acumulada em 12 meses do IGP-M deve diminuir de patamar. Atualmente, até a segunda prévia de agosto, o resultado acumulado do indicador está em 13,87% - sendo que, na primeira prévia de agosto, essa taxa acumulada era de 13,99%.

Atacado

A forte deflação nos preços das matérias-primas brutas no atacado, de 3,80%, foi um dos principais fatores que levaram à deflação de 0,12% na segunda prévia do IGP-M de agosto, afirmou o coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

De acordo com Quadros, assim como ocorreu no Índice Geral de Preços - 10 (IGP-10) de agosto, no setor de matérias-primas brutas houve quedas expressivas nos preços soja (-11,23%); milho (-8,93%) e trigo (-13,26%) e também em itens agrícolas importantes, como tomate (-22,92%).

Porém, o setor agropecuário foi o mais influente para a queda de preços mensurada na segunda prévia do índice de agosto. "No setor agropecuário no atacado, podemos dizer que houve um cenário de quedas e desacelerações de preços generalizadas", afirmou o economista.

Já a desaceleração de preços no setor industrial no atacado não está ocorrendo de forma tão rápida e abrangente quanto à registrada pelo setor agropecuário, no âmbito atacadista. De acordo com Quadros, enquanto no setor agropecuário é completamente visível a grande quantidade de quedas e taxas de inflação mais fracas, no setor industrial ainda é possível encontrar muitos itens com alta de preços, e até mesmo em aceleração. Entre os citados, estão itens do setor siderúrgico e o farelo de soja (6,24%).

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