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O diretor-geral brasileiro de Itaipu, general João Francisco Ferreira.
O diretor-geral brasileiro de Itaipu, general João Francisco Ferreira.| Foto: Rubens Fraulini/Itaipu Binacional.

A tarifa de Itaipu deve cair já no próximo ano conforme a usina se aproxima da quitação total da sua dívida de construção. A partir de 2023, o montante pode se reduzir a menos da metade do valor atual, calculado em US$ 22,60 por quilowatt. A expectativa da binacional foi detalhada pelo diretor-geral brasileiro de Itaipu, general João Francisco Ferreira, e pelo diretor de coordenação da hidrelétrica, Luiz Felipe Carbonell, em entrevista concedida à imprensa nesta terça-feira (26) em Foz do Iguaçu.

De acordo com Carbonell, estimativas traçadas pela usina são de que a redução da dívida pode fazer com que a tarifa de Itaipu caia US$ 4 em 2022 e derrubá-la para cerca de US$ 10 em 2023. O "encolhimento" do número se explica pelos pagamentos do financiamento - que estão em reta final e representam ⅔ da tarifa. Itaipu começou o ano com saldo da dívida em US$ 2 bilhões e ao longo de 2021 pagará US$ 600 milhões desse total.

O restante, US$ 1,4 bilhão, deve ser integralmente quitado já em 2022, com perspectiva de dívida zerada (ou resto a pagar apenas residual) no ano seguinte. O diretor-geral brasileiro de Itaipu, general João Francisco Ferreira, destacou que é notório que a tarifa cairá à medida que a dívida é encerrada. Ele, entretanto, detalhou que o fim desses pagamentos significará diminuição de custos, e não sobra de dinheiro.

" Temos despesas de exploração que somam o quanto Itaipu precisa para gerar energia. O cálculo é pelo custo. Aí entra pessoal, materiais, serviços, outras despesas e entra, também, a dívida e as amortizações da dívida. Tudo isso é empilhado e vai me dar o cálculo da tarifa, que hoje está em US$ 22,60 por quilowatt [em potência]. No momento em que a dívida desaparecer eu tiro esse bloco da minha conta e o valor será obrigatoriamente menor", resumiu.

Apesar da intenção do Brasil de fazer com que essa queda de custo da energia gerada na fronteira chegue ao valor de venda, Ferreira enfatizou que a diminuição necessariamente depende de aprovação paraguaia e do ok da Aneel. Para valer já em 2022, a eventual redução precisa ser avaliada pela reguladora antes da virada do ano.

A almejada queda na tarifa de geração da binacional pode puxar para baixo o custo da energia brasileira de modo geral, uma vez que, sozinha, Itaipu é responsável por cerca de 10% de toda a eletricidade consumida no país.

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