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| Foto: Marcos Santos/USP Imagens

A preocupação com a estabilidade futura fez com que muita gente apostasse na previdência privada como uma forma de complementar a aposentaria. E as recentes mudanças nas regras para obter o benefício ajudaram a impulsionar o setor em 2015. Segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais, a captação líquida neste tipo de fundo foi de R$ 38,9 bilhões no ano passado, um crescimento de 21% em relação a 2014, sendo uma das poucas categorias de investimentos a fechar o ano com mais aplicações do que retiradas.

INFOGRÁFICO: conheça algumas das taxas e termos usados na previdência privada

Ainda assim, investir em uma previdência privada é algo que rende muitas dúvidas em quem quer uma poupança de longo prazo. As diferentes taxas e siglas envolvidas são os pontos que mais confundem. E é por conta desses detalhes que partir para um plano privado de aposentadoria é algo que exige cuidado e estudo, reforça o especialista em finanças e professor da FAE Amilton Dalledone.

O tipo de previdência é algo que precisa ser levado em consideração. A decisão entre o Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) e a Vida Gerador de Benefícios Livres (VGBL) vai depender da renda anual do indivíduo e vai definir como aquele dinheiro vai ser tributado. “A vantagem do PGBL é o benefício fiscal, já que você pode abater até 12% do imposto de renda”, explica.

Contudo, como contrapõe o especialista, isso é apenas uma maneira de adiar a mordida do leão, já que a tributação será feita na retirada com base no valor total da previdência. Já o VGBL não oferece essa possibilidade de desconto, mas faz com que o imposto de renda seja calculado apenas sobre o rendimento ao longo desse período.

Atenção às taxas

No entanto, é nas taxas que o futuro investidor precisa ficar mais atento ao contratar uma previdência privada. “Geralmente, as instituições comentam apenas sobre as taxas de carregamento, que são cobradas a cada depósito”, diz o especialista em previdência Renato Follador. “Mas o que vai afetar de verdade é a taxa de administração”.

Ele afirma que, embora a média dessa alíquota no mercado seja de 3%, o ideal é negociar para fazer com que esse valor não seja mais do que 1% para aplicações baseadas em renda fixa e 2% nas de renda variável. “Tudo vai depender do quanto você está disposto a pagar e no valor do aporte inicial”, completa Follador.

Como são essas taxas que vão definir o rendimento da previdência, é preciso estudá-las e levar em consideração até a inflação. “Se o rendimento prometido for de 14% ao ano, mas com uma taxa de administração de 4%, sobram apenas 10%, que é o mesmo valor da inflação atual. Isso faz com que o ganho real seja nulo”, mostra Dalledone.

Validade da previdência divide especialistas

Economistas divergem sobre o fato de ainda valer a pena ou não apostar em planos privados de aposentadoria.

Diante de todas as variáveis, a previdência privada divide a opinião dos especialistas. Para Renato Follador, os planos privados de aposentadoria ainda são vantajosos por causa da carga tributária envolvida. “O governo estimula as pessoas a pouparem seu dinheiro ao diminuir os impostos”, explica. Além disso, ele destaca como outro grande diferencial o fato de a previdência não contar com o chamado “come-cotas”, a cobrança semestral do imposto de renda que é feita em outros fundos de investimento.

Já Amilton Dalledone não acredita que a previdência privada é a melhor saída neste momento. Para ele, há maneiras mais eficientes de guardar o seu dinheiro, como o Tesouro Direto. “Ele é uma boa alternativa, porque as taxas são menores e, às vezes, vale mais a pena”.

E a Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi) concorda com ambos. “Uma coisa não nega a outra e o desafio está exatamente em encontrar o equilíbrio entre esses dois pontos de vista”, afirma o diretor João Batista Mendes. Conforme ele explica, isso é algo que deve ser pensado para o longo prazo e o investidor deve partir para outras aplicações para retornos mais imediatos.

Diante disso, Mendes acredita que a previdência deve apresentar mais um crescimento significativo em 2016. “Tivemos uma captação positiva em 2015 mesmo com uma economia difícil. Neste ano, esperamos um pouco mais de estabilidade, o que deve garantir um crescimento acima de 10%”, conclui.

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