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Férias escolares. Para as crianças, tempo de descansar. Para os adultos, é qualquer coisa menos descanso. Quem não tem filhos simplesmente foge dos passeios e viagens de alta temporada – preferem pagar menos e, obviamente, evitar as filas e o caos dos períodos em que pais estressados lutam para manter seu rebanho entretido. Já quem tem filhos vê essa fase como um verdadeiro teste de estresse, tanto psicológico quanto financeiro.

Tenho três filhos e não questiono a tensão desse período. Sim, crianças precisam descarregar a energia normalmente consumida pela escola. E entretê-las não é fácil. Mas, pais, acreditem: o resultado das férias para seu bolso e para sua saúde são proporcionais ao tempo dedicado para planejar esse período.

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Analisemos primeiro a questão financeira. Férias custam caro? Não necessariamente. Dinheiro é aquilo que convenientemente usamos quando falta a criatividade. Uma sessão de cinema pode custar cerca de R$ 30 ou mais por cabeça, quando incluída a bebida e a pipoca. Mas, uma sessão divertida de cinema em casa pode custar menos do que R$ 20 para um grande grupo de crianças, desde que se faça uma boa escolha do filme, da pipoca, do bolo caseiro e de mais duas ou três atividades pensadas para esse grupo. O mesmo raciocínio vale para trocar o parque de diversões pago por uma tarde de diversões no parque gratuito, ou a atração paga do shopping pelas atividades gratuitas organizadas pela prefeitura.

Aí entra a questão da saúde mental. Como criar atividades consumidoras de energia infantil para um mês inteiro de férias? Aqui adotamos a mesma solução que tem ajudado as famílias a lidar com os recentes aumentos de preços: compre em atacado. Ou melhor, atue em atacado. Se é preocupação de todos os pais buscar atividades para seus filhos ou perder dias de trabalho para visitar determinadas atrações, por que não compartilhar e revezar essa preocupação com outros pais que, de dois em dois, acompanhem e criem atividades para grupos de 8 a 10 crianças?

O estresse continua sendo grande, mas, convenhamos, esse rodízio traz também grandes vantagens para o bolso. Pais que trabalham fora de casa não precisam consumir 100% de sua cota de férias no mesmo período dos filhos, a desarrumação da casa acontece apenas uma vez por semana, o cardápio dos lanches varia mais e o custo de cada reunião de crianças é dividido entre as famílias.

As atividades pagas, sempre interessantes, podem ser deixadas como opção para os dias em que a chuva ou outros imprevistos inviabilizem as atividades gratuitas. Nesse caso, é interessante manter uma reserva preventiva para imprevistos na agenda criativa.

Do ponto de vista educacional, férias criativas são mais envolventes e uma oportunidade de exemplificar aos filhos os resultados de um bom planejamento. Do ponto de vista financeiro, o tempo dedicado a atividades sem custo não deixa de ser uma forma de trabalho, já que dá um fôlego ao orçamento da família. Descanso durante as férias deles? Esqueça!

* Gustavo Cerbasi (gustavocerbasi.com.br) é especialista em inteligência financeira.
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