Os fiscais federais agropecuários promoveram um protesto em frente à Superintendência do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), no bairro Tarumã, em Curitiba, nesta quinta-feira (6). Ao meio-dia, três toneladas de frango começaram a ser distribuídos aos moradores do bairro como reivindicação ao estabelecimento de critérios técnicos para a indicação de cargos de confiança. Outro pedido dos manifestantes é a mudança na chefia da divisão na capital paranaense.
Uma hora depois de começar o protesto, toda a carne de frango destinada ao ato já havia sido distribuída. Ganharam o produto entre 400 e 500 pessoas. A aglomeração se estendeu por todo o quarteirão, e terminou as 13 horas. A fila começou a se formar no local antes das 10h, quando cerca de 30 pessoas já aguardavam pelo início da manifestação em frente à sede do Mapa em Curitiba. As três toneladas de carne tiveram custo de R$ 10.000, que foram retirados do fundo de greve do sindicato.
Segundo o dirigente do Sindicato Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários (ANFFA Sindical) em Curitiba, Ailton Santos da Silva, o evento tem a intenção de alertar a população para a necessidade de haver uma valorização do serviço público. "Essa manifestação é em prol da meritocracia. Estamos com muita ingerência política dentro dos dirigentes do nosso trabalho", diz Silva.
A manifestação acontece mesmo depois de os fiscais terem encerrado a greve da categoria, no último dia 28. Em assembleia nacional, a classe trabalhista aceitou o reajuste proposto pelo governo de reajuste salarial de 15,8% dividido em três parcelas anuais. Pelo acordo, a remuneração será concedida na forma de subsídio, com a incorporação do aumento nos salários.
Na última semana, o prédio da Superintendência foi fechado pela chefia e os servidores foram dispersados, o que gerou protestos. "O clima está insustentável, não tem como trabalhar", afirma o fiscal federal Caruso.
Falsas acusações
Segundo André Parra, superintendente federal substituto no Paraná, as acusações dos servidores não têm fundamento. "Eles é que estão fazendo assédio moral contra nós. Nós estamos sendo pressionados", afirma. De acordo com o diretor, durante a manifestação que ocorreu na tarde de quinta-feira, o carro em que ele estava por pouco não foi agredido. "Quando viram que era meu carro, correram para cima. Só depois viram que era minha esposa e pararam. Não sei o que poderia ter acontecido", afirma.
Para o substituto, a manifestação é uma demonstração de "insubordinação". "Já fomos auditados, não existe qualquer tipo de corrupção aqui, não existe pressão psicológica. O que ocorre é que é papel do gestor colocar os funcionários onde eles podem produzir mais e onde há mais necessidade", afirma. Ele acusa a liderança do movimento, que já fez parte da diretoria da superintendência, de fazer os protestos como forma de manipular a opinião pública para voltar ao poder.
Terceiro protesto do gênero na capital
A manifestação é a terceira do gênero que acontece desde o início de agosto. No dia 21, onze toneladas de laranja foram distribuídas no mesmo local. Já no dia 17, mil litros de leite foram fornecidos gratuitamente à população.
Mas, se nos dois primeiros atos os protestos eram ligados à greve nacional, agora a manifestação é regional e tem como alvo a chefia do Paraná.
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