• Carregando...
Roberto Campos Neto fala à imprensa.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em coletiva de imprensa no início de 2020.| Foto: Raphael Ribeiro/ BCB

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, está otimista em relação à retomada da economia. A avaliação dele é de que o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) do país deve ser melhor do que a previsão do mercado financeiro. De acordo com o Boletim Focus, elaborado pelo próprio BC, a mediana das expectativas do mercado vem melhorando nas últimas três semanas, mas ainda aponta para queda de 5,95% na atividade em 2020.

Em live promovida pelo jornal Valor Econômico na última quarta-feira (22), Campos Neto deu declarações que apontam para um cenário mais positivo do que o desenhado pelo mercado financeiro e por outros analistas. Veja quatro frases que mostram a expectativa de Campos Neto para a economia brasileira em 2020:

A velocidade da retomada, segundo Roberto Campos Neto

O diagnóstico do presidente do BC – em linha com a avaliação do Ministério da Economia – é de que o "pior" da pandemia já passou. Os indicadores do segundo trimestre, segundo Campos Neto, eram os cercados de maior incerteza, por conta da disseminação do coronavírus. A tendência, na visão dele, é de que esse elemento diminua ao longo do restante do ano.

O terceiro trimestre vai ter menos incerteza, e o quarto, menos ainda. O final de abril e início de maio foram o fundo do poço. A queda no segundo trimestre foi muito abrupta porque foi como um coma induzido. A economia foi toda desligada, não há nada parecido com isso na nossa história.

Roberto Campos Neto, presidente do BC

Na mesma linha, Campos Neto enxerga que o início da retomada aponta para um desenho em "V" – mas pondera que o ritmo da recuperação ainda não é certo. Isso porque, com a flexibilização do isolamento social em várias partes do país, o consumo que estava represado voltou à atividade. A questão principal é que não se sabe quanto tempo isso esse efeito irá durar.

Eu vejo que a gente tem um início de volta em 'V'. Não acho que a gente vá fazer um 'V' completo, ele tende a suavizar daqui para frente.

Roberto Campos Neto, presidente do BC

Em outro sinal de otimismo, o presidente do BC pontuou que o auxílio emergencial fez com que o Brasil tivesse um desempenho melhor do que outros países emergentes na recomposição da renda da população ao longo da crise.

A gente vê que o Brasil teve entre 90% e 100% de recomposição de renda. A média do mercado emergente tem sido abaixo de 40%.

Roberto Campos Neto, presidente do BC

Além da duração do efeito do auxílio emergencial sobre o consumo, a velocidade da recuperação deve depender, ainda segundo Campos Neto, da disponibilidade de crédito ao mercado. De acordo com ele, no início, a disponibilização de crédito não foi "na velocidade esperada", mas o problema foi ajustado quando várias linhas de financiamento passaram a funcionar ao mesmo tempo.

Ter o canal de crédito funcionando parece ser muito importante [para a retomada]. Temos feito um esforço muito grande para que esse canal continue funcionando.

Roberto Campos Neto, presidente do BC
0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]