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Caminhoneiros fecharam trecho da BR-369 em Londrina nesta quinta-feira (26). | Roberto Custodio/Jornal de Londrina
Caminhoneiros fecharam trecho da BR-369 em Londrina nesta quinta-feira (26).| Foto: Roberto Custodio/Jornal de Londrina

O preço pago pelas empresas que querem transportar sua mercadoria pelo país aos caminhoneiros e companhias transportadoras de carga está pelo menos 14% abaixo do custo mínimo para se fazer esse serviço.

É o que aponta pesquisa divulgada nesta quinta-feira pela Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística), entidade que agrega empresas que têm frotas de caminhão para transporte.

Chamado índice de defasagem do frete, o valor vem aumentando nos últimos anos. Em setembro de 2014, a defasagem na época era de 9,7% e havia subido dois pontos porcentuais em menos de um ano.

A defasagem do preço do frete é apontada como o motivo da paralisação dos caminhoneiros em todo o país, iniciada na semana passada.

Os caminhoneiros pedem que o governo reduza o preço do combustível, do pedágio e aumentem a permissão para eles dirigirem por mais tempo como forma de melhorar justamente os ganhos com o trabalho.

Esse índice da NTC&Logística considera todos os custos que uma empresa transportadora tem para realizar o serviço, incluindo mão de obra, diesel, compra e reposição de equipamentos, entre outros. E aponta qual seria o valor mínimo que as empresas deveriam receber dos clientes para fazer o serviço.

Depois é feita uma sondagem com companhias do setor para saber qual valor médio real que elas estão cobrando dos clientes para fazer o transporte. A diferença entre um valor e outro é considerada a defasagem.

Reajustes

O aumento da defasagem se deu por causa dos recentes reajustes nos custos das tarifas públicas e, principalmente, do diesel. Segundo a pesquisa, o combustível deverá subir 8% num período de menos de seis meses. Para distâncias acima de 400 km, o custo do frete deverá ficar ente 2% e 3% maior somente pelo aumento do diesel.

Como o índice de defasagem é de janeiro de 2015, ele ainda não capturou todo o impacto do aumento do diesel deste ano e a defasagem atual é ainda maior que os 14% medidos no mês passado.

Outro fator que colabora para o déficit é queda da atividade econômica. Com mais caminhões disponíveis para fazer o transporte, as empresas transportadoras e caminhoneiros autônomos não conseguem repassar os aumentos de custo aos chamados embarcadores ou donos da carga.

Para se ter uma ideia, o custo médio do transporte cresceu 4% nos 12 meses anteriores a janeiro, contra um crescimento do IPCA de 7%. Segundo a associação, outro custo que vem subindo é com a segurança devido ao aumento dos roubos de carga.

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