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A crise da aftosa, cujo estopim ocorreu há um ano e meio, continua tendo reflexos negativos na economia paranaense. O Frigorífico Garantia, de Maringá, que já foi o líder nacional na exportação de carnes para o Oriente Médio e para a Europa, anunciou na última quinta-feira a demissão de todos os funcionários e o encerramento das atividades. Oitocentas pessoas que ainda trabalhavam para a empresa receberam a notícia de que passariam a Páscoa desempregadas.

Nos últimos meses, o frigorífico, que em 2005 chegou a abater 1,4 mil animais ao dia, trabalhava com apenas 20% da capacidade, volume para abastecer apenas o mercado interno.

O fechamento da empresa aconteceu no mesmo dia em que o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes anunciou, na abertura da 47.ª Exposição Agropecuária e Industrial de Londrina, a necessidade de fortalecer a segurança animal nas fronteiras com Argentina, Paraguai e Bolívia, o que exigirá um investimento adicional do governo federal de R$ 80 milhões anuais. O ministro também ressaltou o trabalho de reabertura de negócios para a carne paranaense. "Todas as negociações junto a organismos internacionais e a mercados, [todo o trabalho] de convencimento do que está sendo realizado no país, é feito há alguns meses", afirmou.

Com três mil toneladas de carne estocada, parte dela guardada há quase um ano, o frigorífico teve que fechar as portas. Os donos dizem que agora vão tentar vender o produto no mercado interno. Segundo os diretores do frigorífico, o fechamento não é definitivo. Eles dizem que se os países compradores suspenderem as barreiras à carne bovina paranaense e a exportação for retomada, o trabalho volta ao normal.

Em entrevista à Rádio CBN de Maringá, o advogado Marcos Rodrigo de Oliveira disse que, se a crise passar, os funcionários poderão ser readmitidos. "Esperamos que essa situação mude e então os trabalhadores demitidos serão chamados novamente", disse.

Embargo

Logo após o anúncio do surgimento da doença, no final de 2005 – ainda não confirmada na região e que provocou o embargo da carne paranaense para a União Européia, principal comprador –, o frigorífico havia demitido 350 colaboradores. Segundo o Sindicato das Indústrias de Carne do Paraná (Sindicarnes), desde outubro de 2005 o Paraná deixou de exportar cerca de US$ 400 milhões.

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