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Santa catarina

Planta de Xaxim passa para o frigorífico Aurora

A indústria de abate de aves de Xaxim, em Santa Catarina, que estava sob administração da Diplomata, tem novo arrendatário. A Aurora assumiu a unidade pertencente à massa falida da Chapecó, que pediu na Justiça a devolução após a empresa paranaense não realizar o pagamento do arrendamento nos últimos meses. A Aurora não tem responsabilidade com os credores do Diplomata. A nova administradora tem a intenção de contratar os 2,2 trabalhadores que estavam na Diplomata. Os integrados que forneciam frangos antes da mudança administrativa também serão procurados. Porém, precisarão se enquadrar nos critérios técnicos da Aurora, além de serem filiados a alguma cooperativa.

Inicialmente, a Aurora planeja investir R$ 50 milhões para colocar em funcionamento o frigorífico. O valor será usado na compra de novos equipamentos para atingir a capacidade de abate de 238 mil aves por dia. O início efetivo das atividades deve ocorrer em março.

O abatedouro da Diplomata no município de Capanema, no Sudoeste do Paraná, está cercado por centenas de funcionários da empresa desde a manhã de ontem. Os trabalhadores exigem o pagamento dos salários atrasados dos meses de novembro e dezembro, além do 13° e as últimas três cestas básicas. De acordo com a Associação dos Avicultores de Capanema e Planalto, que está participando das negociações, a dívida com a folha de pagamento ultrapassa R$ 3,3 milhões.

"Esse valor é apenas os salários atrasados e as cestas básicas, pois a Diplomata não deposita o fundo de garantia desde setembro de 2008. Também não está realizando o pagamento das contribuições previdenciárias", explica Nilceu Natalino Cavalheiro, advogado da Associação. A empresa tem 1,1 mil empregados.

O objetivo do cerco é garantir que as 150 toneladas de frango que estão dentro do abatedouro não deixem o local. Segundo Cavalheiro, essa mercadoria seria a garantia de pagamento dos salários atrasados. A companhia tenta obter uma liminar na justiça para garantir o transporte do produto para comercialização antes que estrague, já que a Copel cortou o fornecimento de energia na sexta-feira, por falta de pagamento. As câmaras frias estão sendo mantidas em funcionamento com o auxílio de geradores.

Apesar do clima tenso, pouca coisa está sendo feita para resolver a situação. De acordo com os funcionários, inúmeras reuniões foram marcadas e, posteriormente, desmarcadas pela própria empresa. "Isso é uma manobra deles até conseguir tirar a mercadoria da fábrica", garante.

A Diplomata, empresa que pertence ao deputado federal Alfredo Kaefer (PSDB), passa por um processo de recuperação judicial desde agosto em função das dívidas que ultrapassam R$ 600 milhões. Em outubro foi entregue o plano, que apontava alternativas para retirar o frigorifico do vermelho, ainda sem sucesso.

No mês passado, a empresa anunciou a suspensão temporária das atividades das unidades de Capanema e Xaxim, em Santa Catarina, por falta de recursos para continuar as operações. O frigorífico do Paraná está paralisado há uma semana e o localizado no estado vizinho foi repassado a outra empresa.

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