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A imagem feita pelo Sindipetro mostra como ficou a Repar depois do incidente | Divulgação/Sindipetro
A imagem feita pelo Sindipetro mostra como ficou a Repar depois do incidente| Foto: Divulgação/Sindipetro

Funcionários da Refinaria Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, no Paraná, devem entrar em greve a partir desta quarta-feira (11). A decisão foi tomada em assembleia em frente à refinaria na tarde deste sábado (7), convocada pelo Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina (Sindpetro). Eles protestam contra as condições de segurança nas unidades de processamento da estatal.

Caso o indicativo de greve seja protocolado ainda neste sábado, a paralisação começa em 72 horas. Silvaney Bernardi, presidente do Sindipetro, diz que será apresentada à empresa uma pauta de reivindicações focada na segurança e saúde do trabalhador.

Dependendo da resposta, novas assembleias podem ser convocadas para deliberar sobre a manutenção da greve. Entre os pedidos estão a contratação de mais 400 funcionários para a refinaria e regras de segurança mais rígidas.

Acidente

Na semana passada, uma explosão atingiu uma tubulação na Unidade de Destilação Atmosférica, primeira etapa de processamento, no último dia 28. O incêndio começou às 22h30 e durou cerca de duas horas. O rompimento do tubo teria sido causado por problemas de manutenção, a partir de uma falha na medição da corrosão da tubulação.

No dia seguinte ao acidente, em nota, a Petrobrás informou que havia ocorrido apenas um "princípio de incêndio". Mas em vídeos na internet é possível ver altas labaredas e os estragos causados pelo fogo na refinaria. Segundo a estatal, uma equipe investiga as causas do acidente.

O protesto pede mais segurança também em outras unidades de refino. No último domingo, 1º, outro incêndio em uma refinaria de Manaus deixou três funcionários com queimaduras. "Estamos com um programa de cortes de custos que já está dando seus resultados. Há uma precarização da manutenção", completa.

A empresa estima que a produção será normalizada a partir do dia 17, mas o prazo é contestado por sindicalistas, que estimam em 30 dias o período mínimo para reparos na unidade.Petrobras pode ter que importar

Com a interrupção na produção da quinta maior refinaria do País, responsável por 12% de todo o refino nacional, a Petrobrás pode ser forçada a ampliar suas importações de gasolina e óleo diesel.

Ontem, uma subsidiária americana da estatal já abriu licitação para compra de 300 mil a 450 mil barris de diesel a serem entregues até o final do mês. "Há um impacto econômico forte sobre a empresa. Como ela é obrigada a garantir o abastecimento, terá que importar mais gasolina e comprometerá ainda mais a sua situação", alerta Bernardi.

Desde 2012, a estatal acumula perdas de R$ 30 bilhões em função da política de importação e revenda para o consumidor interno a preços abaixo do mercado. A situação pode piorar em razão do pico de consumo de petróleo no fim de ano, período das viagens de férias. Para o consultor Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), a Petrobrás poderá enfrentar um gargalo logístico para a distribuição do combustível importado.

"A Petrobrás já está comprando mais diesel e os terminais para entrada dos combustíveis estão lotados. Há risco de desabastecimento no Sul", alerta.

A Petrobras foi procurada pela reportagem para comentar a greve dos trabalhadores, mas não havia respondido até as 19 horas.

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