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Quem é quem

Conheça o perfil dos grupos que discutem a fusão:

COSAN

• Fundação: 1936

• Sede: Piracicaba

• Área: Bionergia, lubrificante, alimentos e logística

• Empresas do grupo: Raízen Combustíveis (distribuição de combustíveis), Raízen Energia (açúcar, etanol e cogeração), Comgás (distribuição de gás natural), Rumo (operações logísticas), Radar (propriedades agrícolas).

• Funcionários: 4 mil (destes, 1,3 mil da Rumo)

• Resultados de 2013*

• Receita líquida: R$ 30 bilhões (alta de 28,3% sobre 2012)

• Lucro líquido: R$ 638,2 milhões (alta de 51,2%)

• Ebitda**: R$ 3,1 bilhões (alta de 28,3%)

ALL

• Fundação: 1997

• Sede: Curitiba

• Área: Concessão ferroviária, logística e transporte rodoviário

• Funcionários: 12 mil

• Resultados de 2013 (jan-set)

• Receita líquida: R$ 2,8 bilhões (alta de 10,4% sobre 2012)

• Lucro líquido: R$ 19,9 milhões (queda de 92,3%)

• Ebitda**: R$ 503,6 milhões (alta de 3,3%)

*o ano fiscal do grupo vai de abril a março**Lucro antes de juros, impostos, amortizações e depreciações)Fonte: Empresas/Balanços Financeiros

Pílula de veneno

Apesar de possível, a fusão entre ALL e Rumo é vista como difícil de ser concretizada no curto prazo. Entre as questões que podem dificultar estão cláusulas de poison pill no estatuto da ALL, feitas para proteção do grupo controlador. A tal "pílula de veneno" é um mecanismo feito para evitar que uma companhia aberta seja alvo de ofertas não solicitadas de aquisição. No caso da ALL, quem adquirir mais de 20% do capital social é obrigado a abrir uma oferta pública de ações aos minoritários. Este artigo também estipula um prêmio de 35% no preço da oferta. Ou seja, encarece a operação.

Analistas de mercado e clientes ainda olham com cautela a possibilidade de fusão entre a América Latina Logística (ALL) e a Rumo, do grupo Cosan. As negociações entre as empresas teriam avançado e a Cosan deve formalizar nos próximos dias uma oferta para ter o controle da ALL.

Em linhas gerais, o acordo é benéfico para ambas as empresas – a ALL se uniria a um grupo sólido e capitalizado, o que permitiria acelerar investimentos, e a Cosan avançaria na área de infraestrutura, que é um dos seus focos de crescimento. Mas ainda pairam dúvidas sobre o novo desenho societário e como essa mudança poderá afetar a atuação da ALL.

Entre os representantes do agronegócio, a dúvida é se com um controlador com foco na área de açúcar e álcool, a ALL não poderia privilegiar cargas do seu principal acionista em detrimento de clientes de outros setores, como produtores de soja e milho. "Essa com certeza é uma questão que vem à tona com o novo negócio. Mas cabe à autoridade reguladora coibir eventuais abusos", diz Felipe Rocha, analista estrategista da corretora Omar Camargo.

A cautela dos investidores fez com que os papéis da ALL, que chegaram a subir 10% na semana passada com os boatos da fusão, fechassem o pregão de ontem com queda 0,57%, para R$ 7.

A Cosan havia feito uma oferta pela entrada no bloco de controle da concessionária de ferrovias em fevereiro de 2012, mas as conversas não prosperaram principalmente porque o grupo paulista exigiu a realização de uma auditoria nos negócios da ALL. Agora, a proposta do empresário Rubens Ometto Silveira Mello, dono da Cosan, deverá envolver troca de ações e não desembolso de dinheiro. Procuradas, ALL e Cosan não comentaram o assunto.

Articulação

A decisão da Cosan de retomar as negociações com a companhia ferroviária tem o aval do governo federal, que mobilizou o BNDES, também sócio da ALL, para conduzir as conversas. A fusão seria uma forma também de acabar com uma briga na Justiça entre a ALL e a Rumo sobre um acordo de R$ 1,1 bilhão firmado em 2009 para o transporte de açúcar até o Porto de Santos. A Rumo acusa a ALL de não fazer investimentos na malha para atender a demanda. A operadora ferroviária diz que problemas com licenças ambientais e a Funai a impediram de concluir as obras no prazo previsto.

Para a XP Investimentos, a fusão seria favorável à ALL, que vem sendo pressionada pelo governo federal a melhorar sua performance e é criticada por usuários por má prestação de serviços e preços abusivos.

A empresa fruto da fusão entre a ALL e a Rumo Logística teria de investir algo entre R$ 8 bilhões e R$ 11 bilhões até 2020, segundo o jornal Valor Econômico.

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