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Pellegrini (no centro): cartão deve substituir RGs nos próximos anos | Divulgação
Pellegrini (no centro): cartão deve substituir RGs nos próximos anos| Foto: Divulgação

A Gemalto, multinacional francesa que fabrica cartões inteligentes, está produzindo na fábrica de Pinhais (região metropolitana de Curitiba) um primeiro lote de cartões destinados ao Registro de Identificação Civil, o sistema eletrônico que deve substituir as carteiras de identidade nos próximos anos. Os cartões serão encaminhados ao governo federal para homologação no mês que vem. A empresa inaugurou ontem uma ampliação de sua unidade, que passou a fazer o encapsulamento de chips para cartões GSM, usados pelas operadoras de telefonia. É a primeira fábrica a fazer isso no país.

Os primeiros 100 mil cartões do novo modelo começam a ser expedidos em dezembro, no estado do Rio de Janeiro. Feito de plástico, o documento tem o formato de um cartão de crédito e leva um chip com diversas informações do cidadão, incluindo dados biométricos – como cópia das digitais dos dez dedos – e outros dados, como o número do CPF, por exemplo.

Teoricamente, diversos dados podem ser armazenados no chip, como dados de habilitação de motorista, título de eleitor, certificado de reservista e até o prontuário médico. A tecnologia para a produção dos cartões vem da unidade da Gemalto na Finlândia – a mesma que está produzindo os passaportes inteligentes que começam a ser adotados pelo Brasil no fim do ano. O investimento na área da fábrica para produzir os cartões é de R$ 10 milhões.

Outros R$ 10 milhões foram investidos na linha de encapsulamento. Com isso, a Gemalto passa a importar placas circulares com até 10 mil chips "presos" um ao outro – o chamado wafer, que recebe esse nome devido à semelhança com os biscoitos. Os chips são, então, separados e soldados, de modo a formar fitas, que serão usadas na linha de produção. Nacionalizando essa fase da produção, a empresa obteve uma redução, de 5% para 1%, na alíquota do IPI. Apesar disso, o diretor de Operações, José Luiz Pellegrini, diz que não houve redução de custos. Em lugar disso, a empresa deve beneficiar-se de prazos de entrega mais curtos.

A Gemalto produz em Pinhais cartões para as operadoras de telefonia, bancos e outras aplicações, como identificação funcional e transportes (os cartões-transporte da Urbs, por exemplo, são feitos lá). A companhia não divulga dados financeiros no país, mas a região das Américas do Sul e do Norte obteve no terceiro trimestre deste ano receitas de 132 milhões de euros, um aumento de 58% em relação ao mesmo período do ano passado, ampliando sua participação nos resultados globais de 20,7% para 26,4%.

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