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Renato Ramalho, gestor à frente da A5 Capital Partners, que, junto com outros executivos, lançou um fundo para investir em empresas com receita de mais de R$ 100 milhões. | Divulgação/
Renato Ramalho, gestor à frente da A5 Capital Partners, que, junto com outros executivos, lançou um fundo para investir em empresas com receita de mais de R$ 100 milhões.| Foto: Divulgação/

É temporada de unicórnios, no Brasil. Em menos de um ano, quatro startups ultrapassaram a marca de US$ 1 bilhão, e conquistaram a alcunha do animal místico. Mas há dezenas com potencial de chegar lá, e é de olho nestas que foi criado o primeiro fundo brasileiro para startups em fase de growth, capaz de “assinar cheques” de até R$ 70 milhões. A iniciativa é da gestora A5, em conjunto com ex-líderes da Microsoft e Linkedin. 

 A estimativa do grupo é de que existam, no Brasil, cerca de 200 startups com este perfil. Empresas que já escalaram seus negócios e se preparam sair do mundo das startups e entrar na rol de "grandes empresas". O fundo, de R$ 150 milhões, deve investir em 8 a 12 empresas. 

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 "Não é um Powerpoint. É uma empresa de 8, 10 anos de constituição, que já tem uma governança mais madura, vem investida por outro fundo", explica Renato Ramalho, gestor que atua há 15 anos na A5. A empresa ainda tem como sócio o fundador do primeiro e-commerce do país (o Shoptime), Paulo Humberg. 

 Juntam-se a eles dois dos principais líderes do setor de tecnologia, no Brasil: Mauro Muratório Not, fundador da operação da Microsoft no Brasil; Osvaldo Barbosa de Oliveira, ex-CEO do LinkedIn na América Latina e executivo que atuou por 22 anos na Microsoft. 

 O papel da dupla é fortalecer o chamado smart money, isto investidores que possam contribuir abrindo portas e com aconselhamento, e não que assinem um cheque e venham cobrar a fatura.

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 "A gente quer ter uma participação bastante presente no dia seguinte ao do investimento. Eu e o Mauro trazemos a experiência de tocar tecnologias de alto crescimento, e é isso que a gente aporta em um fundo de growth", explica Osvaldo Barbosa de Oliveira. Ele e Renato Ramalho conversaram em exclusividade com a Gazeta do Povo

Com funciona o investimento do novo fundo da A5

Um fundo de growth age no final da cadeia, no extremo oposto ao do investimento-anjo. São cheques maiores – geralmente na casa dos R$ 10 milhões –, mas que podem chegar até a R$ 70 milhões. É o último estágio antes das empresas darem um salto para a maturidade, em geral abrindo capital em bolsa ou vendendo participação para os fundos de private equity, que investem em empresas muito grandes. 

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 A A5 vê um senso de oportunidade em investir em startups deste estágio neste momento. Só em 2018, já ultrapassaram a barreira dos US$ 1 bilhão em valor as startups brasileiras 99, Nubank, PagSeguro e Stone. As duas primeiras após rodadas de venda e investimento e as últimas, abrindo capital na bolsa. 

 Há um certo consenso no setor de inovação de que estas quatro apenas abriram a porteira para uma "onda de unicórnios" brasileiros. Resultados Digitais, Ebanx, Psafe e MaxMilhas são apenas alguns dos nomes cotados como os próximos unicórnios. Este amadurecimento do ecossistema brasileiro é o que justifica a criação de um fundo de growth. 

 "Se eu pensasse em investimentos deste tamanho em companhias há 10 anos, não teria ativos, porque boa parte das companhias estava precisando de cheques muito menores. A gente iria sofrer como fundo", avalia Renato Ramalho. 

 Hoje não só há espaço para fundos de growth, como muitas empresas já participam de rodadas deste quilate – em geral apoiadas por fundos estrangeiros, em especial os com sede no Vale do Silício.

Dados da KPMG e da Associação Brasileira de Private Equity & Venture Capital (Abvcap) mostram que, entre 2015 e 2017, enquanto o total investido por private equity (cheques maiores, cuja média oscilou entre R$ 144 milhões e R$ 277 milhões) se manteve estável, o total investido em capital de risco (venture) saltou de R$ 5,1 bilhões para R$ 8,3 bilhões, e cresceu em 54%.

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