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Linha de produção da SUV TrailBlazer, na planta de São José dos Campos. | Fabio Gonzalez Fotografias/Divulgação GM
Linha de produção da SUV TrailBlazer, na planta de São José dos Campos.| Foto: Fabio Gonzalez Fotografias/Divulgação GM

A General Motors (GM), dona da marca Chevrolet, quer liberar a terceirização nas fábricas de São José dos Campos (SP) e São Caetano do Sul (SP), e implementar a jornada intermitente (por hora ou dia), como parte da reestruturação proposta pela montadora para a unidade, de acordo com representantes dos sindicatos dos metalúrgicos das duas regiões.

Os sindicalistas de São José dos Campos participaram de reunião com a diretoria da GM na tarde de terça-feira (22). Na manhã desta quarta (23) foi a vez do encontro com a sindicato de São Caetano do Sul. A proposta, que tem 28 itens no primeiro caso e 24 no segundo, traz medidas como o aumento da jornada para novos contratados de 40 horas semanais para 44 horas e redução do piso salarial da categoria de R$ 2,3 mil para R$ 1,6 mil. O adicional pago a trabalhadores noturnos, hoje em 30%, poderia ser reduzido ao percentual exigido pela lei, de 20%.

O sindicato de São Caetano do Sul informou que já há um acordo em vigor, firmado há dois anos, em razão dos investimentos da montadora na planta, e que tem duração prevista para até 2020. Itens como PLR e reajuste, por exemplo, já estariam acertados até lá. A entidade terá uma nova reunião com a empresa nesta quinta (24) e deve insistir que itens já negociados e em vigor no atual acordo não sejam alterados.

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“O medo com a terceirização é que a empresa demita os trabalhadores que operam diretamente com produto e contrate trabalhadores terceirizados pagando 40% menos”, diz Renato Almeida, vice-presidente do sindicato de São José dos Campos.

A montadora teria levantado ainda, no entendimento do sindicato, a possibilidade de congelar aumentos salariais neste ano e não pagar PRL em 2019. Segundo  Almeida, nos últimos anos o PRL da categoria tem ficado entre R$ 14 mil e R$ 16 mil.

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Outro ponto que preocupa o sindicato fala sobre “exclusão da garantia de emprego aos empregados acidentados”. “Hoje, existe mais de 1.300 trabalhadores que sofreram doença ocupacional ou acidente e trabalham em serviços compatíveis na fábrica, com estabilidade, graças à convenção”, diz Almeida.

O sindicato dos metalúrgicos de São José dos Campos se reúne mais uma vez com a diretoria da GM nesta quarta-feira (23) à tarde para esclarecer as propostas da montadora. A proposta da montadora só será colocada em votação ao final do processo de negociação. No caso de São Caetano do Sul, os trabalhadores só voltam ao trabalho na segunda (28) e só então devem tomar conhecimento das propostas da empresa pelo sindicato.

Segundo o próprio site da GM, o complexo industrial de São José dos Campos é um dos maiores do país, tem 500 mil metros quadrados de área construída e abriga seis fábricas (uma de veículos comerciais leves, duas de motores, uma de transmissões, uma estamparia, e uma linha de injeção e pinturas de peças plásticas). O complexo emprega cerca de 6 mil funcionários. Já o de São Caetano do Sul, que passou recentemente por uma modernização, tem 7,7 mil funcionários.

Segundo especialistas do setor, as duas fábricas paulistas são as que devem passar por mais mudanças na tentativa da GM de aumentar sua produtividade e margem de lucro no país. O complexo de Gravataí (RS) e unidades como a de Joinville (SC), mais novas, estariam com boa produtividade e não devem passar por mudanças como as das unidades paulistas.

A GM disse que não vai comentar o assunto.

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