O Paraná acaba de ganhar uma nova candidata à Bolsa de Valores de São Paulo. A recém-fundada Gold Sea Investments Brazil, empresa de participações em projetos de turismo e segunda residência no Nordeste brasileiro, com sede em Curitiba, já se estrutura para uma possível abertura de capital. Sob a batuta dos empresários Alexandre Caiado (ex-consultor financeiro da Merrill Lynch), Elias Sabbag Neto, Jorio Dauster Magalhães e Silva (o último presidente da Vale, antes de Roger Agnelli) e o economista José Nunes de Figueiredo Neto, a empresa nasceu, ontem, com capital autorizado de R$ 750 milhões e previsão de R$ 200 milhões em investimentos para o ano que vem. No Conselho de Administração estão Maurício Schulman (ex-presidente da Eletrobras e do Conslho de Administração da CSN) e Péricles Figueiredo (ex-diretor da Sudene).
"Abrir o capital é um instrumento do qual a gente vai querer fazer uso, no momento apropriado. A empresa foi constituída de acordo com as normas de mercado de Nível 1 [da Bovespa]. Todas as regras de boa governança estão previstas na primeira página de nosso estatuto", conta o presidente da Gold Sea, Alexandre Caiado.
Oportunidades
Ele explica que, mesmo em tempos de crise, há grandes oportunidades para negócios envolvendo empreendimentos de turismo no Nordeste. "Os imóveis no Nordeste sofreram uma valorização absurda no ano passado. Eles se inflacionaram absurdamente, até o ponto em que você tem uma inviabilização dos projetos. Agora vai haver uma acomodação, e isso vai nos permitir identificar projetos em condições muito mais vantajosas."
Caiado diz ainda que a empresa vai atuar com um foco bastante específico não só nos empreendimentos dos quais vai participar, mas também na captação de recursos, que virão prioritariamente do Oriente Médio e da Ásia.
Investimentos externos
"Os árabes começaram a olhar para o Nordeste há muito pouco tempo. Eles têm uma posição estratégica global de redirecionar os seus investimentos. E têm uma vocação imobiliária muito grande, só que o Nordeste brasileiro ainda não recebeu investimento árabe", avalia. Até hoje, a região recebeu principalmente investimentos estrangeiros de Portugal, Espanha e, mais recentemente, Inglaterra, Itália e Suécia.