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O mercado financeiro dificilmente vai chegar a um consenso sobre o reflexo – positivo ou negativo – que a oferta hostil de compra feita pela Sadia, em julho, teve sobre a imagem da Perdigão. Apesar de as ações da companhia paranaense terem subido após a tentativa de negócio, o próprio diretor-presidente da Perdigão, Nildemar Secches, admite que ficou com um "gosto amargo" na garganta, mas enumera ganhos trazidos pela semana de negociações com a sua principal concorrente e seus acionistas.

O principal deles, segundo o executivo, foi a constatação de que a empresa está no caminho certo quanto à importância das boas práticas de governança corportativa – o sistema pelo qual as sociedades são dirigidas e monitoradas, envolvendo os relacionamentos entre acionistas e cotistas, conselho de administração, diretoria, auditoria independente e conselho fiscal. Foi a relação transparente com os acionistas que garantiu, segundo Secches, que a empresa continuasse com o capital pulverizado.

O executivo participou na semana passada de um evento em Curitiba promovido pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), no qual apresentou o modelo adotado pela empresa catarinense. "Os acionistas sabem que são importantes para a companhia", afirmou Secches. Os fundos de pensão Previ e Petros são hoje os maiores acionistas da Perdigão – com 15,31% e 11,63% das ações, respectivamente – e o restante está pulverizado entre outros acionistas.

A Perdigão tem capital aberto há 12 anos. Na época da primeira oferta pública de ações, a empresa passava por uma forte crise financeira e de imagem e optou por abandonar a gestão familiar. No começo deste ano, foi a segunda empresa brasileira a pulverizar suas ações no mercado.

Acerto

Secches não tem dúvida de que a decisão de abandonar a administração familiar foi acertada. Segundo ele, nos últimos 12 anos a empresa gerou 24 mil empregos diretos e o valor das ações cresceu 33% ao ano, em média. "Com o modelo de administração difuso, o crescimento da empresa não fica limitado ao poder financeiro dos acionistas controladores", avalia. "A sua capacidade de expansão depende, assim, apenas da sua capacidade administrativa."

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