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O governo prepara a revisão da meta de exportações deste ano para um valor próximo ou superior a US$ 200 bilhões, informou nesta quinta-feira o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge. O anúncio deve ocorrer em duas semanas e vai marcar a segunda ampliação de meta, que este ano já havia subido de US$ 180 bilhões para US$ 190 bilhões.

O ministro revelou ainda que na semana que vem deve anunciar, com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a regulamentação do programa Drawback Verde Amarelo. Por esse programa não é necessário pagar Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) nem Finsocial sobre o insumo comprado no Brasil para um produto que será exportado. O Drawback Verde e Amarelo já tinha sido anunciado no lançamento da Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP), mas não estava funcionando bem e, por isso, o governo o está regulamentando.

No Fórum Especial promovido nesta quinta pelo ex-ministro do Planejamento João Paulo dos Reis Velloso, o ministro ouviu alertas da Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior (Funcex) e da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) sobre a trajetória de déficits em transações correntes - formado pelo total das contas da balanças comercial, de serviços e rendas e transferências unilaterais. Miguel Jorge defendeu que é "precipitado falar em volta da vulnerabilidade externa, embora em hipótese alguma esta questão deva ser negligenciada".

O presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), Benedicto Fonseca Moreira, poupou o câmbio e centrou fogo nas questões de burocracia, tributação, infra-estrutura. Pediu a privatização dos portos e acrescentou às críticas o fato de o governo brasileiro privilegiar os interesses da agricultura nas negociações na Rodada Doha na Organização Mundial do Comércio (OMC).

De acordo com Moreira, o mercado de produtos agrícolas no mundo "é nosso e será nosso de qualquer jeito" e não vale a pena dar em troca maior abertura comercial em produtos industriais e serviços, áreas que considera "estratégicas". "É uma abertura defeituosa, aleijada", afirmou.

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