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A fachada do Ministério da Economia, em Brasília.
A fachada do Ministério da Economia, em Brasília.| Foto: Geraldo Magela/Agência Senado/Geraldo Magela/Agência Senado

O governo federal prevê que vai terminar o ano com um rombo de R$ 787,5 bilhões nas contas públicas. Se confirmado, o valor será o recorde para toda a série histórica medida pelo Tesouro Nacional, iniciada em 1997. O déficit é influenciado pelas ações de combate à Covid-19, que vão ter um impacto de R$ 509,6 bilhões em 2020.

Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (22) pela Secretária Especial de Fazenda do Ministério da Economia. A projeção de déficit foi feita levando em conta que a economia vai ter uma retração de 4,7% – estimativa para a queda do Produto Interno Bruto (PIB) de 2020 elaborada pela equipe econômica. Caso o resultado seja ainda pior, o déficit deve aumentar.

Estimativa do déficit piorou com efeito do coronavírus

Até maio, o governo trabalhava com a perspectiva de fechar o ano com um rombo de R$ 540 bilhões. Mas o resultado negativo teve que ser aumentado em R$ 245 bilhões, principalmente por causa da extensão das medidas de combate à Covid-19 e aos seus efeitos na economia.

Entre as medidas implementadas pelo governo nos dois últimos meses, só a extensão do auxílio emergencial de R$ 600 por mais dois meses custará R$ 101 bilhões. O benefício é a maior despesa relacionada ao vírus: ao todo, seu custo será de R$ 254,20 bilhões. Como esse dinheiro não está disponível em caixa, o Executivo tem de se endividar para pagar essa conta.

Também pesou no Orçamento do governo o auxílio que está sendo pago a estados e municípios para compensar as perdas de arrecadação. A equipe econômica está transferindo R$ 60 bilhões aos governos locais, em quatro parcelas. As duas primeiras já foram pagas. Antes, o Executivo já havia disponibilizado cerca de R$ 20 bilhões a prefeitos e governadores.

Para 2020, o Orçamento autorizava o governo a fechar o ano com um rombo máximo de R$ 124,1 bilhões. Porém, em virtude do coronavírus, o Congresso decretou estado de calamidade pública e permitiu que o Executivo federal descumpra a meta e gaste mais para combater a pandemia, sem que haja punição.

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