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Comércio fechado na rua 25 de Março durante a quarentena.
Comércio fechado na rua 25 de Março durante a quarentena.| Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Passado o fundo do poço da crise econômica causada pela pandemia do novo coronavírus, o governo revisou novamente a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2020. E, apesar da extensão das medidas de isolamento social, o Ministério da Economia optou por manter a projeção de queda de 4,7% para a economia em 2020. A projeção foi divulgada nesta quarta-feira (15).

"Embora o período de isolamento social no país seja um dos mais prolongados no mundo, o Brasil foi um dos países com políticas econômicas mais focadas dentre os emergentes. Como resultado a atividade tem mostrado sinais de recuperação mesmo durante o isolamento. Enquanto abril foi o mês de queda mais pronunciada, os meses seguintes já apresentaram recuperação, indicando que a velocidade de retomada tende a ser maior que a prevista anteriormente", diz a Secretaria de Política Econômica (SPE) da pasta em nota.

No primeiro trimestre de 2020, a economia brasileira caiu 1,5%. O resultado do segundo trimestre ainda será divulgado pelo IBGE, mas a tendência é de uma retração de até 10%. O Ministério da Economia espera uma queda de 7,5% no Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre ante o primeiro trimestre deste ano. Na comparação com o primeiro trimestre de 2019, o recuo projetado é de 9,3%.

Governo acredita que o pior ficou para trás

O período foi considerado pelos economistas o fundo do poço para a economia em 2020, em especial o mês de abril. Mas o governo acredita que o pior já ficou para trás e que a economia já voltou a se recuperar do tombo.

"Abril foi um mês em que a retração econômica foi mais intensa. Agora há um movimento de recuperação. Vários dados apontam para isso, não só do setor de serviço e varejo, mas também na construção civil e alguns indicadores financeiros", disse o secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, em coletiva de imprensa virtual.

O Ministério da Economia acredita um dos aspectos que tem sido fundamental para a resiliência da economia neste período são as políticas de proteção social emergenciais. "Mesmo diante da perda substancial de empregos e redução de salários, as políticas adotadas elevaram a massa salarial ampliada no período, o que, além de proteger os mais vulneráveis, têm sido importantes para garantir demanda a diversas firmas e setores durante esse período, minimizando o risco de falência."

Em maio, em meio ao pico da crise causada pelo coronavírus, o governo já estimava uma queda de 4,7% do PIB. Antes, na segunda quinzena de março, início da crise, a expectativa era apenas de uma estagnação econômica. Já antes do Covid-19, o governo estava otimista: as previsões eram de crescimento de 2,40%, depois revisado para 2,10%.

Mercado está bem mais pessimista

A atual estimativa do governo está em bem mais otimista que as projeções mais atuais feitas pelo mercado financeiro. Segundo o último Boletim Focus, o mercado prevê uma queda de 6,10% do PIB neste ano.

Já as instituições internacionais estão ainda mais pessimistas. O FMI prevê uma queda de 9,1% para o PIB do Brasil neste ano. O Banco Mundial, 8%. E a OCDE, 7,4 %.

Para o governo, todas essas instituições terão que rever para baixo suas estimativas. "Quem fez projeções de queda acima de 6,5% do PIB terão que rever para baixo as suas projeções. Nas próximas semanas vamos ver muitos agentes fazendo revisões de suas projeções", disse o secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida.

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