O ministro Fernando Haddad, da Fazenda, afirmou na manhã desta segunda (13) que o governo trabalha com três possibilidades de auxílio às famílias gaúchas atingidas pelas enchentes há mais de uma semana.
O pacote, que deve ser anunciado ainda nesta semana, será apresentado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta tarde, após o anúncio do acordo para suspender temporariamente o pagamento da dívida do Rio Grande do Sul com a União.
Haddad disse que o pacote será voltado diretamente às famílias e irá além das medidas anunciadas na semana passada, com a questão do FGTS e benefícios. As três possibilidades, afirmou, vem sendo trabalhadas em conjunto com a equipe do governador Eduardo Leite (PSDB-RS) desde a última quinta (9).
“Nós elaboramos alguns cenários. Devemos levar para o presidente ainda hoje e amadurecer até amanhã [terça, 14] para eventualmente anunciar ainda esta semana um apoio direto às famílias, para além daqueles já anunciados pelo Ministério da Previdência e do Trabalho”, afirmou a jornalistas ao chegar no Ministério da Fazenda após uma reunião com Lula sobre a dívida gaúcha.
Embora não tenha dado mais detalhes sobre quais devem ser estas medidas, a expectativa é de que o auxílio seja um benefício nos moldes do implementado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a pandemia da Covid-19, em 2020. Na ocasião, foi estabelecido um auxílio de R$ 600 por mês às famílias que pudessem permanecer em isolamento em casa, com um custo de R$ 354 bilhões aos cofres públicos em 2020 e 2021 a 60 milhões de pessoas.
Outra possibilidade, segundo se discute nos bastidores, é de um bônus aos beneficiários do Bolsa Família, com a inclusão temporária de outras famílias. E um terceiro modelo pode ser algo híbrido, com o pagamento do auxílio a quem não recebe o benefício e um adicional aos já beneficiados pelo programa.
“Vamos levar estes cenários ao presidente e ele vai deliberar. O anúncio de hoje [segunda, 13, às 15h] diz respeito exclusivamente à dívida do estado”, completou Haddad.
O acordo para a dívida de cerca de R$ 90 bilhões do Rio Grande do Sul com a União deve englobar, de acordo com as primeiras informações de ministros que participaram de uma reunião pela manhã na Sala de Situação, uma suspensão temporária de três anos com a garantia de que os recursos que seriam usados para o pagamento sejam revertidos em ações de reconstrução do estado. Se estima um montante de até R$ 10 bilhões.
Segundo o boletim mais recente da Defesa Civil gaúcha, divulgado na manhã desta segunda (13), o estado tem 619 mil pessoas desabrigadas e 447 municípios atingidos.
As chuvas seguidas por enchentes vitimaram 147 pessoas e ainda há 127 desaparecidos. 806 ficaram feridas. Ao todo, 2,1 milhões de pessoas foram afetadas. Destas, 80,8 mil estão em abrigos públicos e 538,2 mil nas casas de parentes.
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