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| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Em pauta desde os anos 1990, o programa de renovação da frota de veículos finalmente será implementado. O projeto, que está sendo elaborado por 19 entidades entre órgãos do governo e empresas ligadas ao mercado de veículos, deve ser aprovado ainda no mês de janeiro.

A informação foi divulgada nesta quarta-feira (6) pela Fenabrave, federação que reúne as distribuidoras de veículos no Brasil.

De acordo com Alarico Assumpção, presidente da entidade, a medida pode gerar um acréscimo de até 500 mil veículos novos vendidos por ano e ajudar na recuperação do setor, que teve queda de 26,6% nos emplacamentos em 2015.

O foco é retirar de circulação, de forma gradativa, caminhões com mais de 30 anos de fabricação e veículos leves com mais de 15 anos.

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Os proprietários poderão repassá-los para as empresas participantes, que farão a reciclagem dos automóveis. Em troca, o cliente receberá uma carta de crédito para abater no valor de compra de veículos novos ou usados (com menos de 15 anos).

De acordo com dados preliminares divulgados pela Fenabrave, está sendo criado um fundo, sem recursos do governo, para garantir o crédito destinado à renovação da frota.

O programa está sendo desenvolvido junto ao Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior e deve ser finalizado até o fim deste mês.

Caso seja implementado, o plano buscará atenuar a esperada queda nas vendas de veículos em 2016. A Fenabrave calcula que, sem a renovação da frota, as vendas deverão cair 5,9% no segmento de carros leves na comparação com 2015.

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Lojas fechadas

As discussões sobre o programa ocorrem em meio à terceira retração anual seguida das vendas de veículos novos. Em 2015, foram 2,569 milhões de unidades vendidas, recuo de 26,5% em relação ao volume de 2014 (3,497 milhões), o maior tombo desde 1987.

Em 2014, houve recuo de 7,15% em relação ao ano anterior. Em 2013, a queda havia sido de 0,9%, a primeira baixa em dez anos.

A queda nas vendas refletiu no varejo. Ao todo, 1.047 concessionárias foram fechadas em 2015. Outras 420 foram abertas, a maior parte ligada às novas montadoras que se instalaram no Brasil nos últimos dois anos.

Esse desequilíbrio, por fim, resultou em demissões. De acordo com a Fenabrave, 32 mil postos de trabalho foram encerrados nas lojas.

A estimativa da entidade é que outras 500 unidades possam fechar caso o cenário econômico não se altere no primeiro trimestre, fato que pode levar a 18 mil novas demissões.

O setor automotivo teve seu auge em 2012, quando vendeu 3,8 milhões de unidades. À época, o mercado ainda contava com a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), medida que tornou os veículos mais baratos e estimulou o consumo.

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