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Guido Mantega, ministro da Fazenda | Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr
Guido Mantega, ministro da Fazenda| Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr

Trabalho

Mantega diz a jornal britânico, que vai reduzir encargos

O governo prepara a redução dos encargos sobre o emprego no país, como parte de um pacote de medidas para estimular o crescimento da economia, disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em uma entrevista publicada ontem no site do diário britânico Financial Times. Segundo o ministro, o governo vai cortar os encargos que as empresas precisam recolher para a Previdência Social, e que isso será feito "sem infringir os direitos trabalhistas" e que essa receita será coberta por outras medidas.

O ministro disse também que está em estudo a concessão de crédito subsidiado para compra de caminhões e para empréstimos para empresas tomados em bancos públicos, redução de impostos sobre investimentos e incentivos para indústrias que utilizam mão de obra intensiva. "Vamos promover um salto qualitativo na produtividade", disse Mantega. "Queremos agarrar as oportunidades abertas ao Brasil no mundo pós-crise."

O jornal destacou algumas das medidas já adotadas pelo governo brasileiro para estimular a economia, como a liberação de R$ 100 bilhões através de mudanças nas regras do recolhimento compulsório feito pelos bancos, outros R$ 100 bilhões em recursos adicionais para o BNDES, e a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos, caminhões, eletrodomésticos, materiais de construção e linha branca.

São Paulo - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, negou ontem que o governo pretenda reduzir a meta do superávit primário – a diferença entre receitas e despesas antes do pagamento de juros – de 2009. O rumor de que essa variável seria alterada para acomodar gastos maiores e receita menor do setor público ganhou força na semana passada. A meta já havia sido alterada em abril deste ano, passando de 3,8% para 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB).

"O superávit primário deste ano será aquele que já foi anunciado por nós, de 2,5%. Estamos fazendo um superávit primário menor neste ano para poder fazer as medidas anticrise, que estão dando muito certo’’, disse o ministro após a cerimônia de posse do novo presidente da Nossa Caixa, Demian Fiocca, em São Paulo. "Em nenhum momento pensei em reduzir mais o [superávit] primário neste ano. Alguns andaram falando em primário zero. Isso não é verdade, não está correto.’’

Sem a alteração na meta de superávit, os ministérios terão de fazer ajustes, segundo Mantega – isso porque a arrecadação está em queda, enquanto os gastos públicos crescem a um ritmo de 18% ao ano. Esses cortes, porém, não poderão ocorrer nos programas prioritários de cada pasta. "Continuaremos reduzindo os gastos de custeio sem mexer nos programas prioritários. O governo mantém o Bolsa Família e todos os investimentos.’’

Empregos

No evento em São Paulo, Mantega fez uma projeção sobre o mercado de trabalho neste ano. Segundo ele, o Brasil deve apresentar uma criação líquida de 500 mil a 700 mil empregos formais em 2009. O ministro referiu-se à geração de postos de trabalho com carteira assinada computada pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho. "No ano passado criamos 1,6 milhão de empregos. Este ano será um pouco menos, mas, mesmo assim, haverá geração de postos de trabalho", disse.

Mantega também ressaltou que a ação dos bancos públicos está sendo fundamental para restabelecer a normalidade da concessão de crédito e lembrou que tais instituições apresentaram um avanço de 20% na liberação de financiamentos, em relação a setembro do ano passado, mês que marcou o início da fase mais turbulenta da crise, enquanto os bancos privados mostraram incremento menor, próximo a 2%.

"O segundo semestre será melhor que o primeiro. No último trimestre (deste ano) poderemos ter uma expansão de 3% a 4% do PIB como prevê boa parte dos analistas". O ministro disse que, em 2009, o país pode registrar uma leve expansão. "Para 2010, poderemos atingir uma alta do PIB de 4% a 4,5% tranquilamente e, em 2011, avançar de 5% a 5,5% restabelecendo, assim, a nossa trajetória de crescimento".

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