O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou a retirada do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) cobrado sobre os investimentos estrangeiros em títulos de renda fixa. A alíquota do imposto foi reduzida de 6% para zero, a partir de hoje.
Segundo o ministro, a medida foi tomada porque não há mais uma "enxurrada" de entrada de investimentos para esses ativos como havia em outubro de 2010, quando o imposto foi instituído. Na ocasião, havia um excesso de liquidez internacional, disse Mantega, devido a ação de vários governos para reanimar suas economias após a crise de 2008.
De acordo com Mantega, a quantidade de dinheiro em circulação no mercado hoje está regularizada, o que torna desnecessário o imposto. Ele observou que a perspectiva de que o Fed, o banco central dos EUA, retire medidas de estímulo econômico e volte a subir juros no futuro tende a reduzir a liquidez internacional e já impacta a cotação do dólar, que tem subido frente a várias moedas.
O ministro negou, porém, que a retirada do IOF sobre os investimentos em renda fixa decorra de uma preocupação com a desvalorização recente do real, que poderia pressionar a inflação brasileira. Segundo ele, o "câmbio tem caminhado para um equilíbrio mais natural" e, por isso, houve uma redução das intervenções do governo no mercado.
Mantega disse que se houver uma nova expansão da liquidez internacional, o governo pode elevar novamente o IOF sobre investimentos em renda fixa.
Gafe
O anúncio de Mantega ocorreu pouco tempo depois de o diretor de Política Monetária do Banco Central, Aldo Mendes, dar declarações polêmicas sobre o câmbio. Em um evento em Londres, ele disse que o Brasil terá de conviver com uma taxa de câmbio mais fraca se esse for o movimento do dólar no exterior, sugerindo que o BC pode deixar a moeda norte-americana mais valorizada. Por conta das declarações, a cotação do dólar chegou a avançar durante o dia de ontem, mas fechou estável. O dólar à vista, referência para as negociações do mercado financeiro, terminou o dia a R$ 2,146.
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