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O grande varejo farmacêutico faturou R$ 19,32 bilhões entre janeiro e junho de 2016. | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
O grande varejo farmacêutico faturou R$ 19,32 bilhões entre janeiro e junho de 2016.| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Se a maioria dos varejistas sentiu os efeitos da crise econômica nos dois últimos anos, as grandes redes de farmácia aparentam estar imunes à recessão. Só no primeiro semestre deste ano, as vendas do setor cresceram 12,6%, resultado que consolida o desempenho positivo verificado desde 2011, segundo dados da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma).

Com o faturamento em alta, os grupos mantêm os projetos de expansão e continuam abrindo lojas por todo o país, inclusive no Paraná.

INFOGRÁFICO: Faturamento do setor de farmácias desde 2011

Desde 2011, os grandes grupos de farmácias do país apresentam crescimento constante na casa de dois dígitos. No ano passado, o setor movimentou R$ 35,94 bilhões em vendas, valor 12% maior do que o registrado no período anterior. Para este ano, a expectativa é que o número, pelo menos, se mantenha, já que no primeiro semestre o grande varejo farmacêutico faturou R$ 19,32 bilhões, resultado 12,6% superior ao mesmo período de 2015.

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A Abrafarma, entidade que reúne as 27 maiores redes de farmácias, atribui o constante crescimento a boas práticas de gestão e aumento da venda de não medicamentos. Segundo Sérgio Mena Barreto, presidente executivo da entidade, as empresas investiram na construção de centros de distribuição próprios e na parceria com indústrias para compra de medicamentos e demais produtos.

“Nesse setor, a falta de produto é fatal. Por isso, as grandes empresas investem em sistema próprio de abastecimento para ter uma gestão do estoque eficiente e não faltar medicamento”, explica Barreto. O fato de o setor vender itens essenciais, como medicamentos e produtos de higiene, também contribui para o crescimento constante, avalia o presidente da Abrafarma.

O bom desempenho está atrelado ainda à venda dos não medicamentos. Inspiradas no modelo de farmácia americano, as grandes redes estão há cerca de 15 anos oferecendo itens de higiene, cosméticos, perfumaria. Mais recentemente passaram a vender alimentos.

A venda dos não medicamentos já corresponde a 35% do volume comercializado e é essencial para aumentar o ticket médio e percentual de lucro das lojas. “Os remédios têm preço tabelado. Com os não medicamentos é possível aumentar a margem de ganho”, explica Barreto.

Só não é possível dizer que todas as grandes redes passaram imunes à crise, pois alguns grupos tiveram que realizar cortes de custos e remodelar suas operações. É o caso da curitibana Nissei, que em 2014 passou por um processo de reestruturação que mudou processos internos e fechou unidades com resultados deficitários. As mudanças serviram para a rede se antecipar ao agravamento da crise e voltar a abrir lojas em 2015.

Redes investem na abertura de novas lojas e entrada em novos estados

Pesquisa da Sociedade Brasileira de Varejo de Consumo (SBVC) mostra que, entre as 300 maiores varejistas do país, as farmácias foram responsáveis por 19% do total de aumento do número de lojas de 2014 para 2015. O ritmo de expansão deve ser mantido neste ano e redes como Droga Raia, Farmácias São João, Nissei e Panvel planejam abrir novas lojas no Paraná até 2017.

A Nissei, que está presente no Paraná, Santa Catarina e São Paulo, irá investir R$ 35 milhões até o fim do ano para remodelar e atualizar todas as suas 235 lojas. Além das reformas, o montante vai custear a abertura de 20 novas unidades em Curitiba e região até dezembro – 11 estabelecimentos já foram inaugurados até o início de agosto.

No mesmo ritmo está a gaúcha Panvel. A rede já tem 37 lojas no Paraná, sendo 33 em Curitiba e região e prevê abrir de três a quatro unidades no estado até o fim deste ano. O ano de 2016 também vai marcar a estreia do grupo em São Paulo, que deve abrir uma loja em um shopping da capital paulista em meados de setembro.

Sem revelar dados de faturamento e investimento, o diretor executivo de operações da Panvel, Marcelo Mendes Domingues, afirma que o crescimento da empresa está alinhado aos dados divulgados pela Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma). A rede possui dois centros de distribuição, no Rio Grande do Sul, e aposta nas marcas próprias de saúde e bem-estar para ganhar escala.

A rede de farmácias São João também escolheu o ano de 2016 para expandir a sua atuação, antes restrita aos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. A empresa inaugurou em julho duas lojas em Curitiba com investimento de R$ 2 milhões.

Já a paulista Raia Drogasil, que abriu o capital em 2011 e se tornou a maior rede de drogarias do Brasil em receita e número de unidades, mantém um forte plano de expansão para 2016 e 2017, com projeção de abertura de mais 200 lojas por ano, inclusive no Paraná. Presente em 17 estados, a rede tem 1,33 mil lojas em operação com as bandeiras Droga Raia e Drogasil e oito centros de distribuição, incluindo um em São José dos Pinhais, na Grande Curitiba. No segundo trimestre deste ano, a receita do grupo cresceu 26,1% na comparação com igual período de 2015, para R$ 2,9 bilhões.

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