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Homem “estaciona” seu realejo, em Atenas: crise comparável à Alemanha dos anos 30 | John Kolesidis/Reuters
Homem “estaciona” seu realejo, em Atenas: crise comparável à Alemanha dos anos 30| Foto: John Kolesidis/Reuters

€ 756,8 milhões é o valor solicitado pela comunidade autônoma das Ilhas Canárias ao fundo de liquidez criado pelo governo espanhol. O arquipélago é a sexta região a solicitar ajuda. Ao todo, a necessidade de socorro já chega a 16 bilhões de euros.

O primeiro-ministro da Grécia, Antonis Samaras, disse ontem que a sociedade do país está a ponto de desintegrar devido ao endividamento, ao desemprego e ao extremismo criado pela crise da dívida pública. Em entrevista ao jornal alemão Handelsblatt, Samaras comparou a atual crise grega, que teve seu pico em 2010, com o final da chamada República de Weimar na Alemanha, na década de 1930. O período político alemão terminou com a chegada de Adolf Hitler ao poder.

Samaras afirmou que o momento econômico é o maior desafio à democracia grega e destacou o risco crescente provocado pela alta do desemprego no país. "Por causa das medidas de austeridade os gregos perderam em cinco anos mais de um terço de sua qualidade de vida", disse. Devido a isso, forças radicais, como o partido neonazista Aurora Dourada, ganharam força na política nacional, o que é motivo de preocupação para o primeiro-ministro.

Perguntado sobre a chanceler alemã, Angela Merkel, Samaras afirmou que ela sempre será bem-vinda na Grécia, mas não demonstrou a mesma boa vontade em relação ao ministro das Finanças, Philipp Rösler – o alemão disse que não se assustaria se os gregos saíssem do euro. Merkel visitará Atenas na próxima terça para uma reunião com o premiê grego, em que serão discutidos os esforços feitos pelo país para se recuperar da crise financeira e honrar os compromissos do resgate de 130 bilhões de euros oferecido em fevereiro. De acordo com o governo alemão, a viagem da chanceler foi um convite do próprio Samaras, em meio ao aprofundamento da crise grega.

Canárias

A região espanhola das Ilhas Canárias anunciou que pedirá ajuda de 756,8 milhões de euros ao fundo de liquidez criado pelo Estado espanhol, somando-se a outras cinco comunidades autônomas que já solicitaram cerca de 16 bilhões de euros. As Canárias são um destino turístico muito apreciado, principalmente pelos turistas britânicos e alemães.

Apesar de ser uma das regiões menos endividadas da Espanha (9,3% do PIB no final de junho), o arquipélago "é a comunidade autônoma menos financiada pelo Estado", segundo um porta-voz do Ministério Regional de Economia. "Canárias está 802 milhões de euros abaixo da média de financiamento do conjunto das comunidades autônomas espanholas", disse a fonte. "Por isso, solicitamos em muitas ocasiões para que fosse modificado o sistema de financiamento autônomo, que é o que sustenta os serviços públicos essenciais, a saúde, a educação e as políticas sociais", completou.

Já recorreram ao fundo de liquidez as regiões da Catalunha, Valência, Andaluzia, Múrcia e Castela-Mancha. Catalunha solicitou uma ajuda de 5,023 bilhões de euros, Valência afirmou precisar 4,500 bilhões de euros e Andaluzia pediu 4,900 bilhões de euros. Múrcia prevê pedir 527,9 milhões de euros e Castela-Mancha mais 848 milhões. Os pedidos somam mais de 16,6 bilhões de euros, mas o executivo espanhol afirma que o montante previsto pelo fundo, de 18 bilhões de euros, será suficiente.

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