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Venizelos espera adesão total dos credores ao pacto de redução da dívida | Louisa Gouliamaki/AFP
Venizelos espera adesão total dos credores ao pacto de redução da dívida| Foto: Louisa Gouliamaki/AFP

Visto fácil

Preços baixos de eletrônicos são chamariz para brasileiros rumo aos EUA

Agência Estado

O aumento no total de turistas brasileiros nos Estados Unidos não é resultado apenas da boa situação econômica do Brasil. Segundo o Departamento do Comércio norte-americano, em sua análise para justificar a previsão de crescimento de visitantes ao país, afirma que a "diferença nos preços de produtos eletrônicos muitas vezes acaba pagando a viagem dos brasileiros aos EUA".

Além disso, de acordo com o governo americano, o "valor da moeda brasileira, o ímpeto para viajar, especialmente quando há condições de financiamento, o crescimento da classe média e a taxa de desemprego baixa" também contribuem para a onda de turismo de brasileiros viajando aos EUA.

O Brasil será, nos próximos quatro anos, o segundo país que mais crescerá em número de visitantes, atrás apenas da China. Em 2016, de acordo com o Departamento do Comércio, 2,8 milhões de brasileiros visitarão os EUA. O crescimento, comparado a 2010, será de 135%. Apenas a China registrará aumento maior, estimado em 274%.

Nos próximos quatro anos, mais brasileiros visitarão os EUA que franceses e alemães. A China passará o Brasil, que ocupará, ainda assim, a sexta posição. E, conforme o governo americano, Canadá e México, que lideram o ranking, devem ser considerados exceções, pois são fronteiriços. Todos os dias, milhares de mexicanos e canadenses atravessam a fronteira com os EUA para trabalhar, e não para turismo.

Gastos

Desta forma, além dos chineses, somente britânicos (com relações históricas com os americanos) e japoneses superarão os brasileiros no total de turistas. Entre estes, apenas os da China costumam gastar mais que os viajantes vindos do Brasil. De acordo com os dados mais recentes do Departamento do Comércio, os brasileiros gastaram US$ 5,9 bilhões em 2010. Este valor, equivalente a mais da metade do PIB do Haiti, deve ter crescido ainda mais em 2011.

Depois de anos enfrentando dificuldades para conseguir visto para os Estados Unidos, os brasileiros passaram a ser cortejados pelos norte-americanos, que estão de olho justamente no aumento no número de visitantes do Brasil e nos gastos em suas viagens para cidades como Nova York, Miami e Orlando. Estes números levaram o presidente Barack Obama a anunciar, na quinta-feira, medidas para facilitar a concessão de vistos para brasileiros, incluindo a eliminação de entrevistas para quem for renovar os vistos e para certas categorias de idosos e crianças. Também haverá um esforço para acelerar a concessão de vistos, reduzindo o prazo para três semanas.

A Grécia está prestes a fechar com seus credores privados um acordo histórico para a troca voluntária de títulos da dívida, reduzindo seu débito em 50% e trazendo alívio à zona do euro ao afastar o risco de que o país decrete um calote – o que acirraria ainda mais a crise enfrentada pela Europa. A informação é de fontes próximas às negociações.

A notícia do pré-acordo veio após três dias de conversas entre o premiê Lucas Papademos, seu ministro das Finanças, Evangelos Venizelos, e os líderes do Instituto de Finanças Internacionais (IIF), Charles Dallara e Jean Lemieres, representando os investidores privados.

Autoridades alertavam que o prazo para as negociações estava expirando – o país precisa saldar, em 20 de março, 14,5 bilhões de euros (R$ 32,9 bilhões) em títulos em vencimento. O recebimento de uma nova parcela do segundo pacote de ajuda, aprovado em outubro no valor de 130 bilhões de euros (R$ 295 bilhões), também está condicionado ao fechamento de um acordo. O bloqueio dessa parcela comprometeria a capacidade do país de honrar seus compromissos financeiros.

Segundo fontes próximas às negociações, o plano preliminarmente aprovado prevê a troca dos atuais títulos por novos papéis, com validade de 30 anos, juros progressivos entre 3,1% e 4,75% e ainda valor de face reduzido em 50%. Analistas avaliam que, somadas todas essas condições, a redução aceita pelos credores (como bancos, fundos de investimento e seguradoras) deve ficar entre 65% e 70%. O objetivo do governo grego é reduzir o seu endividamento em 100 bilhões de euros (R$ 227 bilhões).

"Houve um progresso significativo. Há um acordo amplo sobre os juros e elementos estruturais", disse Hans Humes, presidente do fundo de investimento Greylock Capital Management e membro do comitê de credores, à rede de televisão Bloomberg. Ele afirmou que está "cautelosamente otimista". "Se o IIF apertar a mão do outro lado da mesa, teremos uma taxa de adesão de 90% ou mais", estimou ele.

Adesão

Antes da rodada de conversas de ontem, Venizelos disse que só uma adesão total garantiria a sustentabilidade da reestruturação da dívida. "A participação tem de ser voluntária e tem de ser 100%", afirmou. Entre os credores privados da Grécia estão os bancos BNP Paribas (francês), Deutsche Bank e Commerzbank (alemães), Intesa Sanpaolo (italiano) e a seguradora alemã Allianz.

Autoridades gregas também se reuniram ontem com a missão da "troica" – Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional – sobre o andamento das reformas no país como parte do segundo pacote de ajuda.

FMI, OMC e Banco Mundial alertam para excesso de austeridade

Os líderes do Fundo Monetário Internacional (FMI), do Banco Mundial e da Organização Mun­dial do Comércio (OMC) divulgaram uma nota conjunta ontem com alertas sobre os riscos econômicos e sociais de programas de austeridade adotados por diversos países para combater a crise global. Segundo informações do jornal britânico The Guardian, o documento visa incentivar os países a agirem contra a crise, tentando impulsionar o crescimento e combater o protecionismo.

Refletindo a preocupação do FMI sobre a agressividade em excesso de alguns programas para a de redução de déficits públicos, a declaração diz que os governos devem administrar a consolidação fiscal para promover, e não reduzir, as perspectivas de crescimento e de emprego. "Isso deve ser aplicado de forma socialmente responsável", reforçou.

Assinada por mais oito organizações internacionais, a nota conjunta foi divulgada pouco antes da reunião anual do Fórum Econômico Mundial, que ocorre em Davos na próxima semana, com a crescente preocupação de que 2012 verá a economia global flertar com a recessão em consequência da crise na zona do euro.

Expressando preocupação sobre a fraqueza da atividade econômica e o crescimento do desemprego pelo mundo, Christine Lagarde, do FMI; Robert Zoellick, do Banco Mundial; e Pascal Lamy, da OMC, apelaram aos países assolados pela crise para que adotem política que impulsionem criação de trabalhos, combatam as desigualdades e incentivem uma economia verde.

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