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O presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem. fala com jornalistas  na sua chegada à reunião para discutir o rumo da crise na Grécia | LAURENT DUBRULE/EFE
O presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem. fala com jornalistas na sua chegada à reunião para discutir o rumo da crise na Grécia| Foto: LAURENT DUBRULE/EFE

A reunião de ministros das Finanças da zona do euro, o chamado Eurogrupo, terminou sem avanços em relação à crise grega, uma vez que o país não apresentou novas propostas em troca de um socorro financeiro nem formalizou o pedido de ajuda, necessário para que a economia do país não quebre de vez.

Indicando a razão pela qual não teria sido possível discutir a questão nesta terça-feira (7), o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, afirmou que o Eurogrupo ainda espera por uma proposta grega que seja clara.

“Demos as boas-vindas ao nosso colega grego e ouvimos a sua avaliação da situação depois da votação pelo ‘não’ na Grécia. Não houve novas propostas gregas até este momento e o primeiro passo é o governo grego enviar um novo pedido ao Eurogrupo; uma nova carta pedindo apoio do Mecanismo de Estabilização Europeu e assim que recebermos, espero que já seja amanhã de manhã, teremos uma nova teleconferência do Eurogrupo para formalmente iniciar um processo para lidar com isso (o novo pedido de ajuda)”, afirmou Dijsselbloem.

De acordo com Dijsselbloem, os ministros das finanças dos países credores vão realizar uma teleconferência nesta quarta-feira (8) para discutir um pedido da Grécia para um empréstimo de médio prazo a ser concedido pelo Mecanismo de Estabilização Europeu. O pedido ainda não foi feito, mas é esperado pelo grupo.

Pikkety pede a Merkel mudança de postura sobre crise grega

Economistas de renome internacional como Thomas Pikkety enviaram uma carta à chanceler da Alemanha, Angela Merkel, para que mude radicalmente sua postura sobre a Grécia a fim de evitar graves danos na zona do euro e todo o mundo.

A carta, à qual teve acesso o jornal alemão “Tagesspiegel”, afirma que “agora se força o governo grego a colocar um revolver na cabeça e a apertar o gatilho”.

“Mas, com essa bala, não só morrerá o futuro da Grécia na Europa. Os efeitos colaterais destruirão a zona do euro como farol de esperança, democracia e bem-estar. As consequências serão sentidas no mundo todo”, argumentam os economistas.

Por isso, eles pedem à chanceler que “assuma um papel de liderança vital para a Grécia, a Alemanha e o mundo” e dê “valentes e generosos passos”.

“Suas ações desta semana entrarão nos livros de história”, acrescentam.

Além de Pikkety, professor na Escola de Economia de Paris, assinam a carta Heiner Flassbeck, ex-secretário de Estado de Finanças alemão; Jeffrey Sachs, docente da Universidade de Colúmbia; Dani Rodrik, professor da Universidade de Harvard, e Simon Wren-Lewis, professor da Universidade de Oxford.

Proposta

Uma fonte do governo grego disse que a Grécia fez “melhorias” nas propostas que haviam sido apresentadas na semana passada para chegar a um acordo com seus credores europeus. E esta proposta, “com melhorias” em relação à apresentada no dia 30 de junho, inclui “reformas, necessidades de financiamento e o pagamento da dívida”, segundo a fonte.

Por outro lado, após o encontro ministerial em Bruxelas, a chanceler alemã Angela Merkel afirmou, em Berlim, que ainda não há uma base para negociar com a Grécia após o referendo do último domingo.

Em rápido pronunciamento a jornalistas, Merkel afirmou que a solidariedade entre os países europeus é importante, mas enfatizou que serão necessárias reformas para que as conversas avancem. A mandatária terminou avisando que o tempo é curto. “Não é mais uma questão de semanas, mas de dias”, reforçou.

Saída

Antes da reunião, o vice-presidente da Comissão Europeia responsável pela zona do euro, Valdis Dombrovskis, afirmara que, sem uma estratégia clara e um pacote de reformas confiável, uma saída da Grécia da zona do euro “não pode ser descartada”.

“Claramente, a Grécia enfrenta desafios imensos e imediatos. Necessitamos agora de uma estratégia clara e confiável sobre como a Grécia vai sair desta crise (...) mas se não for construída a confiança, sem um pacote de reformas confiável, não se pode descartar (uma saída do euro)”, afirmou ao chegar a uma reunião do Eurogrupo em Bruxelas, antes de uma cúpula extraordinária da zona do euro.

O comissário europeu de Assuntos Econômicos, Pierre Moscovici, também destacou a necessidade de a Grécia fazer propostas de reformas e ajustes “concretas, completas e críveis”.

“As propostas dos gregos e as respostas de (novo ministro de Finanças Euclid) Tsakalotos devem ser concretas, completas e críveis”, disse Moscovici ao chegar à reunião dos ministros de Finanças da zona do euro.

Já o o vice-chanceler alemão, Sigmar Gabriel, disse à revista “Stern” que a Europa poderia discutir reduzir o fardo da dívida da Grécia se o governo demonstrar que está implementando reformas econômicas. Ele, que também é ministro da Economia, afirmou no mês passado que uma redução na dívida da Grécia não serviria para nada se Atenas simplesmente acumular mais dívida imediatamente em seguida. Ele pareceu adotar uma postura menos dura na entrevista.

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