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Sem acordo com sindicato patronal, funcionários da CR Almeida suspenderam obra em Maringá | Ivan Amorin/ Gazeta do Povo
Sem acordo com sindicato patronal, funcionários da CR Almeida suspenderam obra em Maringá| Foto: Ivan Amorin/ Gazeta do Povo

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500 pessoas que trabalham na construção pesada entraram em greve por tempo indeterminado, segundo o sindicato da categoria.

"Com os patrões [sindicato patronal] a conversa se esgotou. Quando a empresa sinaliza que vai negociar, nós não paramos lá, mas estamos conversando cidade por cidade e, caso não haja resposta, será um efeito dominó."

Adi Lopes Chagas, presidente do Sintrapav-PR.

Pelo menos 500 operários da cons­­trução pesada iniciaram on­­tem uma greve por tempo in­­determinado. De acordo com o­­ Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pe­­sada no Estado do Paraná (Sin­­trapav-PR), três obras foram paralisadas no estado: a Linha Verde, em Curitiba, o re­­bai­­xamento da linha férrea em Maringá (Norte do Es­­tado) e a construção da Pequena Cen­­tral Hidrelétrica (PCH) de Ca­­vernoso II, entre Virmond e Candói, no Centro-Sul do­­ estado.

Segundo o Sintrapav-PR, a proposta apresentada pelo sindicato patronal foi recusada pelos trabalhadores e agora os trabalhadores negociarão com cada empresa em separado. Representantes da classe patronal ofereceram aos trabalhadores reajuste salarial de 7,41% (repasse da inflação mais 2,5% de aumento real), abono salarial de 2% ao mês, horas extras que variam de 50% a 100% e apólice de seguro de vida no valor de R$ 17.185,60.

Os trabalhadores pedem reajuste salarial de 10,5% na folha em geral e de 14,3% nos pisos da categoria, abono salarial de 26%, vale-refeição de R$ 11 (18,2% de reajuste), horas extras entre 70% e 130%, apólice de seguro de vida no valor de R$ 25 mil, além de Participação nos Lucros (PLR) equivalente a um salário integral.

Segundo o presidente do Sintrapav-PR, Adi Lopes Cha­­gas, agora cada empresa será procurada para apresentar sua oferta, o que significa que nos próximos dias outros canteiros de obras podem parar. "Estamos conversando com as empresas porque com os patrões [sindicato patronal] a conversa se esgotou. Quando a empresa sinaliza que vai negociar, nós não paramos lá, mas estamos conversando cidade por cidade e, caso não haja resposta, será um efeito dominó", ressalta. Outras cidades em que os trabalhadores podem parar nos próximos dias, segundo ele, são Ibiporã, no Norte do estado, e União da Vitória, no Centro-Sul.

Grandes obras realizadas na região Noroeste também correm o risco de paralisação, como o Contorno Norte de Maringá e o Contorno de Mandaguari. "Não há prazo para encerrar as negociações. Estamos respeitando as empresas que se posicionaram em favor da conversa e esperando as propostas", diz Chagas.

Linha Verde

Atualmente, dentro do pacote de obras que compõem a Linha Verde, avenida que liga os bairros do Pinheirinho ao Atuba, estão sendo construídas trincheiras no trecho norte da via e está sendo feito um alargamento de pistas no trecho sul. A prefeitura contesta a informação de que as obras estejam paradas. Segundo a assessoria de imprensa, os trabalhadores não estiveram na obra por causa da chuva, e teriam realizado trabalhos internos nas empresas responsáveis pela obra.

Ferrovia

A obra de rebaixamento da via férrea de Maringá, orçada em R$ 118 milhões, prevê a construção de viadutos e um túnel em um tra­­jeto de sete quilômetros. Os recursos são do governo federal. O Departamento Na­­cional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e a empresa responsável pela obra, a CR Almeida, foram contatados pela reportagem, mas ambos não retornaram até o fechamento da edição.

Hidrelétrica

Proprietária da PCH Ca­­vernoso II, a Companhia Pa­­ranaense de Energia (Copel) confirma que houve a paralisação e informa que aguarda a negociação entre a construtora Empo e o sindicato. Procurada, a Empo não se posicionou até o fechamento desta edição. A usina, orçada em R$ 120 milhões, deve começar a gerar energia no segundo semestre deste ano.

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