• Carregando...
perfumes-boticario-alcool-cana-de-acucar
Perfumes Seja como Flor, da Quem Disse, Berenice?, e Nativa Spa Queen Vanilla, de O Boticário, são feitos com o alcool feito a partir da cana de açúcar.(Foto: Reprodução Facebook).| Foto:

O Grupo Boticário lançou na última semana dois perfumes que usam etanol de segunda geração em suas fórmulas. Com formulação igual ao álcool tradicional, o etanol celulósico é feito a partir da biomassa (bagaço da cana-de-açúcar e palha) que sobra da produção inicial de etanol.

De acordo com o grupo, em até cinco anos é possível que a maior parte dos produtos da empresa seja feita com álcool de segunda geração. A meta da empresa é liderar um movimento no setor.

"É o primeiro passo. Com a nossa alta demanda e se o restante do mercado seguir, acreditamos que o preço vai acabar sendo o mesmo que do álcool de primeira geração", afirma Paulo Roseiro, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento do Grupo Boticário, do Boticário. Hoje o álcool ecológico é um pouco mais caro que o tradicional.

LEIA TAMBÉM: Grupo Boticário fatura R$ 13,7 bilhões em 2018 e espera “movimento prático” do governo para alavancar economia

O ingrediente é produzido pela Raízen, que detém a patente para produzir álcool de segunda geração. "Aproveitamos a biomassa das nossas fazendas de cana. Temos a capacidade de gerar até 50% mais etanol da mesma área sem ter que aumentar o nosso footprint [pegadas]",Grupo Boticário vai investir quaseR$ 1 milhão por dia em 2019 afirma Rodrigo Pacheco, gerente Industrial.

Perfume Seja como Flor (R$89,90), da Quem Disse, Berenice? e o Nativa Spa Queen Vanilla (R$139,90), de O Boticário Divulgação frasco de perfume rosa (à esq) e outro verde    Pegada de carbono é o índice que mede o impacto que determinada atividade humana na natureza, a partir da quantidade de dióxido de carbono (CO2) emitido. Segundo Pacheco, a pegada do etanol celulósico é 35% menor que a do tradicional.

"Com isso, a gente precisa plantar menos, colher menos, transportar menos. É um ganho real no aumento da sustentabilidade", afirma .

O etanol produzido a partir da biomassa não interfere no produto final, dado que sua fórmula é a mesma que o tradicional. Ainda assim, Pacheco afirma que é preciso haver um período para que as fábricas se adequem e substituam o álcool tradicional pela versão mais verde.

LEIA TAMBÉM: Grupo Boticário vai investir quase R$ 1 milhão por dia em 2019

O etanol usado na indústria de biocombustível é o mesmo que vai para a perfumaria. A primeira safra de etanol celulósico produzida em 2014 pela Raízen encheu bombas de combustível de Piracicaba. Foi a primeira e única vez do produto em postos, desde então ele é exportado e usado como matéria-prima em diversas indústrias dos EUA e Europa.

A parceria com o Boticário visa abrir as portas do setor nacional de perfumaria e cosméticos.

Quando começou a ser produzido, há cerca de cinco anos, o etanol de segunda geração foi tido como o grande salvador para o setor de combustíveis alternativos. Sem atingir produções em escala industrial, muitas companhias no Brasil e no mundo desistiram dos projetos.

Segundo Pacheco, nas safras seguintes a Raízen optou por vender para quem pagava melhor --no caso, empresas fora do país. Por causa dos perfumes, esse ano pela primeira vez parte da produção ficará no país desde que foi lançado.

Entre 31 de março de 2017 a 31 de abril de 2018, a Raízen produziu 12 milhões de litros de etanol de segunda geração.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]