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| Foto: Bigstock

Os números são suficientes para pensar que você está em 1995 e George está ficando bravo com Jerry por romper o pacto entre os dois. Na semana passada, Netflix pagou US$ 500 milhões pelos direitos de transmissão dos 180 episódios de Seinfeld. Um dia depois, a Warner Media, que busca reforçar seu iminente lançamento HBO Max pagou US$ 1 bilhão pelos direitos de transmissão dos cerca de 300 episódios de “The Big Bang Theory” Isto se soma aos US$ 425 milhões estimados que a companhia pagou por “Friends”.

Tudo isto vem depois da compra de “The Office” por US$ 500 milhões pela Comcast para o seu novo serviço de streaming nos Estados Unidos, chamado de Peacock.

O dinheiro certamente enriquecerá alguns estúdios e assegurará a fãs que as séries estarão online, em algum lugar, em um futuro previsível. Mas ignora uma questão fundamental: como se avaliam estes programas?

Mais importante, ignora o fato de que ninguém parece conhecer a resposta. “É o maior problema, as pessoas não falam: Não temos informações reais sobre o que cria ou reduz a audiência”, diz Dan Rayburn, um especialista em tecnologia de streaming. “Assim, não temos nenhuma ideia de quanto realmente vale a série. ”

O problema, segundo Raybun e outras pessoas, é que a declaração de lucros e prejuízos está sendo mudada, por .... Ninguém sabe.

Qual o valor das séries no streaming?

Houve um tempo em que havia um modelo claro de avaliação do valor das séries. Praticamente havia uma fórmula: um comprador calculava as classificações na primeira vez em que era transmitida e nas repetições. Logo, observavam quanto dinheiro em publicidade podia obter um programa com determinada classificação e entravam em acordo em relação aos preços. A equação era simples: vender anúncios suficientes para justificar o custo. Nem sempre funcionou, mas havia um mapa a ser seguido.

O streaming parece ser uma aposta total, apontam especialistas. Como se mede o valor de um programa para um streamer? O número de pessoas que assinaram o serviço de streaming se deve a esse programa? Como se mede isso e como colocar uma cifra em dólares?

As cifras em dólares são realmente enormes. Para dar uma ideia da dimensão, há 30 anos a TBS chocou a indústria com um acordo de US$ 200 milhões por “Seinfeld”. Há quatro anos, as cifras foram consideradas gigantescas quando Hulu pagou US$ 160 milhões pela série. Os valores da Netflix são três vezes maiores, sem que nenhum anuncio cubra o custo.

Onde está o modelo de negócios? Quais os argumentos que dizem que qualquer destes programas valem a pena? ”, disse um veterano de Hollywood, que pediu para não ser identificado.

Ele afirmou que uma coisa é que o novo conteúdo tenha preços elevados, como os acordos de criação que Warner fez com J. J. Abrahams e Netflix fez com Kenya Barris, Shonda Rhimes e Ryan Murphy, que chegaram a US$ 100 milhões. Estes valores são para uma relação de novos programas, com vantagens técnicas ilimitadas. Mas, as compras para programas antigos, de sucesso, mas com um momento cultural e uma audiência maciça atrás deles.

Disney e Apple estão fora do padrão do jogo por não se unirem ao frenesi de compras clássico.

O que é uma série digna de compulsão?

Para piorar o problema: ninguém sabe realmente como definir o que é uma série “digna de compulsão”.

“Big Bang” funciona bem em repetições no canal americano TBS, mas terá o mesmo impacto no streaming? Seinfeld, durante muito tempo tem sido uma potência na faixa das 22 horas, mas será que isso significa que o público gostará de vê-la repetidamente on-demand?

“Seinfeld é melhor artisticamente e infinitamente mais influente e, em geral, culturalmente mais importante que Friends”, descreveu Adam Sternbergh, especialista em cultura, que acompanhou os dois programas. “No entanto, não é, nem remotamente, amigável. Não está perto. ”

Os programas mais repetidos – se as declarações da Netflix são precisas -, “Friends” e “The Office”, tem personagens agradáveis com os quais você quer sair, como você quer ver o que acontece. Essa é uma razão pela qual “Big Bang” parece, ao menos, teoricamente poderia ser encaixada neste grupo. Mas, chegar ao ponto ótimo em que as pessoas querem ver um programa uma e outra vez, cada episódio relacionado com o seguinte, é extremamente difícil.

Com tão pouca informação sobre se um programa funcionará, as respostas para os serviços de streaming pode ser gastar muito para comprar um programa importante de sucesso. Qualquer programa....

“Acredito que Warner e Comcast estão se movimentando a mil milhas por hora, comprando tudo o que podem sem se importar com os custos, para poder chegar ao consumidor com marcas”, disse Rayburn. E Netflix precisa comprar o que puder para poder fazer frente à concorrência.

Em uma nova pesquisa, o grupo Reach3 descobriu que só 20% dos consumidores americanos assinaria “absolutamente” o serviço de streaming Disney+, que já conta com programas reconhecidos e que são procurados pelos seus concorrentes. Só 7% disseram que assinariam a Apple TV+.

Isto coloca a Warner Media, Comcast e, inclusive, a Netflix em desvantagem, pagando custos cada vez maiores por programas que correm o risco de não serem assistidos e não gerar assinaturas se fossem assistidos.

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