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Amos Genish, presidente da Telefônica Vivo e fundador da GVT. | Vivo/Divulgação
Amos Genish, presidente da Telefônica Vivo e fundador da GVT.| Foto: Vivo/Divulgação

A fachada do antigo prédio da GVT na Rua Lourenço Pinto, no Centro de Curitiba, passou a estampar um novo logo no fim do mês passado. A mudança não é meramente estética: a marca deixará formalmente de existir na próxima sexta-feira (15), com os serviços de telefonia fixa, banda larga e TV por assinatura passando a ser prestados em nome da Vivo.

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Conheça a história da GVT.

A mudança representa um fim e um recomeço para a trajetória de sucesso da empresa paranaense com DNA israelense, que transformou, em apenas quinze anos, um investimento de R$ 100 mil em um negócio de quase R$ 25 bilhões – valor oferecido pela Telefónica para comprar a operadora, em 2014.

Fundada pelos israelenses Amos Genish e Shaul Shani no fim da década de 1990, a GVT viu no processo de privatização do setor de telecomunicações brasileiro uma oportunidade única, embora não tivesse experiência ou recursos para atuar em projetos de grande porte.

Efetivo

Apesar da integração total à Vivo, o CEO da empresa Amos Genish garante que o efetivo da GVT no Paraná será mantido. “Vamos continuar a contar com todo o pessoal que tivemos no Paraná, seja na sede em Curitiba, em Maringá ou outro s lugares”, diz.

Tanto que, em 1999, recorreu a uma proposta inusitada para disputar a licença para operar telefonia fixa em nove estados, na região da Brasil Telecom: ofereceu apenas R$ 100 mil pela concessão, frente a uma oferta de R$ 5 milhões da concorrente.

Para surpresa do mercado, a GVT ganhou a disputa, ao oferecer um plano ambicioso de expansão da rede e de melhoria do serviço e a se comprometer a investir US$ 600 milhões nos anos seguintes. Em seus momentos iniciais, a companhia já mostrou a que veio. Em um movimento inédito, passou a cobrar as ligações de telefone por minuto, em vez de por pulso, facilitando o acompanhamento dos clientes.

Na contramão

Durante o pouco tempo em que a GVT permaneceu na Bolsa, foi uma das queridinhas dos investidores. Em 2007, ano do seu IPO, as ações da empresa valorizaram 30%, enquanto a rentabilidade média das demais estreantes ficou negativa em 64%.

Inaugurou um call center próprio, em Maringá, enquanto as empresas do setor terceirizavam o serviço. Garantiu aos clientes a instalação de uma linha em poucos dias, em uma época em que esse processo poderia demorar meses. E, talvez na decisão mais acertada de seu planejamento inicial, fez uma ampla pesquisa de mercado e focou em clientes corporativos e das classes A e B, dispostos a pagar por um serviço mais caro e de melhor qualidade.

As ações garantiram que a GVT driblasse o estigma das chamadas empresas-espelho, que, criadas para competir com as concessionárias privatizadas de telefonia, dificilmente conseguiam prosperar. “A GVT teve uma estratégia única. Ela enxergou a ideia da convergência no serviço de telecomunicações. Já no início, a empresa fez um investimento em uma rede de fibra ótica própria pensando que no futuro essa rede poderia ser utilizada para transmitir televisão e internet banda larga.

Enquanto isso, as outras empresas que chegaram para competir com as concessionárias se limitavam a oferecer o mesmo serviço de voz das grandes”, afirma o professor do programa de doutorado em Administração da Universidade Positivo Bruno Fernandes, co-autor do livro “Sobre fibras e gente”, que conta a história da GVT.

7,45 bilhões

Foi a quantia, em euros, oferecida pela Telefónica à Vivendi para comprar a GVT. A proposta foi feita em agosto de 2014. Na época, o negócio foi considerada o maior investimento de um grupo estrangeiro em um ativo brasileiro desde 1980.

Lições

A preocupação em se diferenciar no mercado, o cuidado no trato com o consumidor e a agilidade para se adaptar e aproveitar oportunidades são algumas das premissas da empresa que, segundo analistas, servem de lição para qualquer negócio. O fato do co-fundador da GVT, Amos Genish, ter sido alçado à presidência da Vivo após a compra da companhia, é visto como prova de que o “jeito de ser” da empresa paranaense fez escola.

“Tínhamos a missão de ser não a maior operadora do Brasil, mas a melhor, na visão do cliente. E nossas ambições foram realistas. Escolhemos competir no segmento mais rentável do mercado e com isso construímos a melhor rede de banda larga. Crescemos com cuidado, não fizemos nada fora da nossa capacidade”, avalia Amos, em entrevista exclusiva à Gazeta do Povo.

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