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Líderes europeus tentarão injetar ânimo em suas economias em uma cúpula nesta quarta-feira (23), mas diferenças sobre o lançamento de bônus da zona do euro e se eles conseguirão amenizar a crise da dívida na Europa, que já dura dois anos, vão dominar o cenário. Pela primeira vez em mais de dois anos de reuniões sobre a crise, os líderes de França e Alemanha não realizaram um encontro bilateral prévio para acertar os ponteiros, marcando uma diferença significativa na tradicional sintonia franco-alemã. Em vez disso, o novo presidente francês, François Hollande, vai se reunir com o primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, em Paris para conversar, antes de ambos viajaram a Bruxelas para a cúpula às 15h (horário de Brasília). Apesar dos temores de que a Grécia possa deixar o bloco de moeda comum, a Espanha, que tem a economia em recessão e o sistema bancário precisando de uma ampla reformulação, é o ponto principal da crise, com preocupações de que o país possa seguir Grécia, Irlanda e Portugal e precisar de um resgate internacional. A vitória de Hollande nas eleições deste mês representaram uma mudança importante no debate dentro da Europa. Sua posição favorável a uma ênfase no crescimento em vez da austeridade agora ecoam entre outros líderes que lutam para combater a crise. A posição é contrária à da chanceler (primeira-ministra) alemã, Angela Merkel, que apoia o crescimento mas tem como objetivo principal a austeridade fiscal e reformas estruturais. Enquanto com Sarkozy ela compartilhava das mesmas posições, agora com Hollande Merkel se depara com alguém de opiniões diferentes. Hollande, que participará de sua primeira cúpula da UE, também decidiu apoiar os bônus do euro, apesar da consistente oposição da Alemanha a uma sugestão que tem sido amplamente debatida há mais de dois anos. O francês terá o apoio do primeiro-ministro italiano, Mario Monti, e do presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, entre outros líderes. Mas Merkel não dá sinais de que abandonará sua objeção à proposta, que ela afirma só poder ser discutida quando houver uma união fiscal muito mais próxima na Europa. Holanda, Finlândia e alguns Estados menores da zona do euro concordam com a Alemanha, o que deve significar uma divisão entre dois grupos de lados opostos na reunião. O chanceler austríaco apoia a linha de Hollande, mas seu ministro das Finanças defende Merkel. "(Bônus europeu) são a receita errada em um momento errado com os efeitos colaterais errados", disse o vice-ministro das Finanças alemão, Steffen Kampeter, nesta semana, destacando a posição de Berlim.

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