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Sede da Hotmart, em Minas Gerais: empresa tem 200 funcionários e está contratando 67 pessoas | Divulgação/Hotmart
Sede da Hotmart, em Minas Gerais: empresa tem 200 funcionários e está contratando 67 pessoas| Foto: Divulgação/Hotmart

A startup mineira Hotmart ajudou a criar um novo mercado de empreendedorismo no Brasil. É por meio de sua plataforma que 700 mil pessoas desenvolvem, vendem e distribuem cursos digitais, como videoaulas e e-books. A empresa já impactou 3 milhões de pessoas que compraram os 70 mil conteúdos oferecidos através da ferramenta para aprender, por exemplo, sobre marketing, culinária, empreendedorismo, finanças e idiomas. E não deve parar por aí. De malas prontas, o negócio já desembarcou na Espanha e chega neste ano à Holanda e Colômbia para conquistar, também, a Europa e América Latina.

Empresa depende do crescimento do mercado de ensino à distância

Prestes a completar sete anos de mercado, o projeto da Hotmart começou no fim de 2010, quando pouco se falava em startups no Brasil. As estratégias de marketing digital, um conjunto de técnicas de SEO, links patrocinados, e-mail marketing, landing pages e campanhas web com foco na divulgação de sites, marcas ou produtos, também eram conhecidas por poucos. E o iPhone 4 tinha acabado de entrar no país, ainda restrito ao grupo seleto de pessoas dispostas a pagar quase R$ 2 mil pelo aparelho mais moderno da época.

João Pedro Resende, formado em Ciências da Computação, percebeu o cenário de “atraso” digital do país e não teve medo: criou a startup que impulsionaria um novo mercado de produtores de conteúdo digital. A ideia surgiu após uma tentativa fracassada de lançar uma empresa de aplicativos conectados à internet e com soluções baseadas em geolocalização. O ano era 2004 e o que levou o negócio a falir foi a falta de visão comercial e de marketing.

Pioneirismo

João Pedro Resende é cofundador e CEO da HotmartDivulgação

“Essa primeira empresa me ensinou a nunca delegar o comercial e o marketing da sua empresa para um terceiro”, afirma João Pedro. O programador foi, então, aprender sobre como vender um produto pela internet e passou por diversas empresas de tecnologia de Belo Horizonte.

Em paralelo, mantinha um blog sobre jogos eletrônicos. Decidiu ganhar dinheiro com o site e, ao mesmo tempo, colocar em prática o que aprendia sobre marketing. Vendeu seus primeiros e-books quando não havia nenhuma plataforma que hospedasse e oferecesse o material. Programou tudo sozinho e enxergou uma oportunidade de negócio.

Em 2011, lançou junto com Mateus Bicalho a Hotmart. “Fomos pioneiros em lançar uma solução completa, pois não havia nada que hospedasse de forma segura o seu material na internet para ninguém copiar e que pudesse fazer o pagamento pela própria plataforma e, depois de pago, disponibilizar automaticamente para o cliente”, resume João Pedro.

O primeiro faturamento da empresa foi R$ 180, o suficiente para João Pedro e Mateus largarem seus empregos para começar um trabalho de evangelização. “Existiam muitas pessoas que produziam conteúdos pela internet, mas que não vendiam e não ganhavam dinheiro”, diz João Pedro. Começou aí a ganhar força o movimento dos empreendedores digitais, gente como o consultor financeiro Gustavo Cerbasi, que utiliza a plataforma da Hotmart para vender seus cursos e livros digitais.

Empresa depende do crescimento do mercado de ensino a distância

O modelo de negócio da Hotmart depende de dois públicos para dar certo: empreendedores dispostos a produzir e vender cursos digitais e pessoas dispostas a pagar para aprender pela web. O cofundador e CEO da empresa, João Pedro Resende, afirma que ambos os públicos estão em crescimento no país. A questão é saber se a tendência vai durar.

Segundo cálculos da Ambient Insight, o mercado de e-learning deve ter faturado na América Latina US$ 2,1 bilhões em 2016, praticamente o dobro de 2011. Já a perspectiva para 2021 é de uma queda de 10,8% na receita, passando para US$ 1,2 bilhão e retornando ao patamar visto no início desta década.

A compra dos produtos oferecidos pela plataforma é a única forma de receita da Hotmart. A empresa fica com um porcentual de cada aula ou livro digital vendido. Em troca, não cobra nada para as pessoas se cadastrarem na plataforma e começarem a produzir seus cursos na internet.

Para que seu público não desapareça com o tempo, a startup trabalha com cursos gratuitos e influenciadores digitais. A Hotmart Academy é o braço educacional da startup que ensina quem deseja começar um negócio on-line e não sabe por onde começar. Já os afiliados são pessoas com muitos seguidores nas redes sociais que divulgam os cursos da plataforma e que ganham comissão para isso.

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