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Linha de montagem da Boeing
Linha de montagem da Boeing| Foto: Jason Redmond/Arquivo AFP

Um a zero para os humanos. Após quatro anos de tentativas e erros, a Boeing deu um passo atrás em uma de suas incursões mais ambiciosas na automação: a utilização de robôs nas duas seções principais de montagem dos modelos 777 e da versão atualizada, conhecida como 777X (que será o maior jato da companhia, com primeiro voo em 2020). No lugar dos autômatos, a fabricante de aviões confiará a mecânicos a tarefa de inserir manualmente os prendedores da fuselagem em orifícios existentes ao longo de toda a circunferência do avião, por meio de um sistema automatizado e aperfeiçoado ao longo dos anos de uso na fabricação do 787 Dreamliner.

A mudança para o novo sistema começou durante o segundo trimestre e deve estar concluída até o final do ano, disse o porta-voz da Boeing, Paul Bergman, em comunicado. "A solução se mostrou mais confiável, exigindo menos trabalho manual e menos retrabalho do que a capacidade dos robôs", disse Bergman.

Aquela iniciativa totalmente automatizada da Boeing pretendia substituir a mecânica humana, que usava ferramentas manuais para inserir 60.000 rebites em cada avião, mas a fabricante lutou para manter os robôs em sincronia na parte externa e interna dos painéis da fuselagem, criando problemas de produção quando introduziu a tecnologia na linha do 777.

Um relatório do Seattle Times de 2016 descreveu um aumento de horas extras de trabalhadores e trabalhos incompletos que foram concluídos após a saída dos jatos da fábrica. "Foi difícil. Levou anos da minha vida", disse Jason Clark, vice-presidente da Boeing que supervisionava a produção do 777X, durante uma entrevista no início deste ano.

O episódio, entretanto, não é uma perda completa. "Ele nos ensinou como projetar para automação", avaliou Clark, ao defender que a Boeing aprendeu algumas lições valiosas com seu "primeiro mergulho profundo nesse tipo de tecnologia". Além disso, "redesenhamos partes da construção para substituir os rebites por formas de fixação menos difíceis, melhorando ainda mais a ergonomia", disse Paul Bergman; a combinação deve trazer melhorias na segurança, qualidade e fluxo da fábrica, disse o porta-voz da companhia.

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