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A produção da indústria do país ficou estagnada em outubro na comparação setembro, quando apresentou recuo de 0,2%. Com esse resultado, o último trimestre do ano começou sem força, com mau desempenho em todas as categorias, sobretudo na de bens de consumo. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (2) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Segundo o IBGE, a indústria teve queda de 3,6% em relação a outubro de 2013. Com isso, o setor acumula uma perda de 3% no ano. Em 12 meses, a taxa soma uma queda de 2,6%, o pior desempenho desde setembro de 2012 (-2,9%).

Neste ano, a indústria sofre com maior concorrência de produtos importados, empresários e consumidores pessimistas, juros mais altos e crédito em desaceleração.

"Esse mês não houve nenhum tipo de efeito do calendário e, na comparação interanual, chegou-se a 8 meses seguidos de queda", afirmou o economista do IBGE André Macedo. "É um perfil de queda disseminado", acrescentou.

Desempenho

Segundo o IBGE, nenhuma das principais categorias mostrou expansão em outubro, quando comparado com o mês anterior, com destaque para bens de consumo duráveis e semiduráveis e não duráveis em queda de 0,8% e 0,6%, respectivamente. Em setembro, elas tinham subido.

O mau desempenho vem em meio ao cenário de atividade econômica fraca e inflação elevada, e perspectiva de arrefecimento no crédito devido ao novo ciclo de aperto monetário iniciado pelo Banco Central.

Ao elevar a taxa básica de juros do país, para combater a alta dos preços, a autoridade também encarece o custo dos empréstimos, afetando o consumo.

"Inadimplência e maior comprometimento da renda, seletividade e encarecimento do crédito e mercado de trabalho moderado justificam o comportamento da demanda interna menor. E, combinado a isso, na maior parte da indústria os estoques estão acima do considerado ideal", afirmou Macedo.

Setores

Dos 24 ramos pesquisados, segundo o IBGE, 16 mostraram queda em outubro. As principais influências negativas vieram dos produtos farmacêuticos (-9,7%) e veículos automotores(-2,2%). Na outra ponta, houve expansão em produtos alimentícios (2,5%).

E já há sinais de que o setor não conseguiu mostrar recuperação neste final deste ano. O Índice Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês) de novembro mostrou que a indústria brasileira viu a contração aprofundar ainda mais, com queda na produção e novos negócios.

A economia brasileira está estagnada, com o setor industrial pesando neste quadro. No trimestre passado, o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu apenas 0,1%, com a indústria marcando expansão de 1,7% sobre o segundo trimestre, quando houve menos dias úteis por conta da Copa do Mundo e ajudando na recuperação agora.

Pesquisa Focus do Banco Central com economistas mostra que a projeção é de contração de 2,26 por cento da indústria neste ano e crescimento de 1,13 por cento em 2015. Para o PIB, as contas são de crescimento de 0,19% e 0,77%, respectivamente.

A nova equipe econômica -- encabeçada por Joaquim Levy no Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa no Planejamento e Alexandre Tombini no Banco Central -- já sinalizou mais rigor fiscal para tentar recuperar a confiança dos agentes econômicos.

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