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Brasília – Gastos com a compra de material escolar e com o pagamento de impostos como o IPVA e o IPTU fizeram com que muitas pessoas entrassem no cheque especial neste início de ano. Segundo dados do Banco Central, a procura cresceu 13,2% entre dezembro e janeiro, bem acima do registrado pelo volume total de crédito no país, que no mesmo período variou 0,7%, chegando a R$ 738,719 bilhões. O valor corresponde a 34,3% do Produto Interno Bruto (PIB), mesma proporção de dezembro.

Segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, a maior procura por cheque especial é comum nos meses de janeiro, em contraste com o movimento que geralmente ocorre em dezembro, quando as pessoas utilizam o 13.º salário para quitar dívidas. Segundo o BC, a pessoa que entra no cheque especial costuma levar, em média, 21 dias para pagar toda sua dívida.

"O volume de crédito vem crescendo com a maior estabilidade da economia. As pessoas tomam mais empréstimos porque sabem que vão poder pagar", diz Lopes. O aumento da renda da população, combinado com a recente queda dos juros, favorece a expansão do crédito.

Nos empréstimos a pessoas jurídicas, porém, a situação é inversa: a procura se concentra no fim do ano, quando as empresas se preparam para as vendas de Natal, e caem em janeiro – ficaram em R$ 215,5 bilhões em janeiro, queda de 1% (valor que não considera crédito com taxas controladas pelo governo, como o do BNDES).

Habitação

Os recursos destinados a financiamento imobiliário para pessoas físicas e cooperativas apresentaram crescimento de 2,7% em janeiro, para R$ 36,665 bilhões. Uma conseqüência do crescimento nesse setor é a expansão das transações acima de R$ 50 mil para pessoa física, que foi de 3% no mês, para R$ 60,353 bilhões, e de 28,8% em 12 meses. "O financiamento imobiliário impactou nessa conta. A expectativa é que continue a subir dadas as condições do mercado vinculado à habitação", disse Altamir Lopes, chefe do Departamento Econômico do Banco Central.

O financiamento de veículos também pode ter influenciado transações de valor mais elevado. O crescimento das operações entre R$ 5 e R$ 50 mil cresceu 1,6%, e até R$ 5 mil, 0,6%. Outro fator que explica o aumento da procura por crédito imobiliário é o aumento do prazo dos financiamentos, que está em 365 dias para pessoas físicas, o maior prazo desde fevereiro de 2001, que foi de 367 dias.

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