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Negociação - Tecnoparque ainda é projeto

Além do Centro de Tecnologia Global (GLT) do HSBC e da Enabler Wipro, a Curitiba S/A já negociou a instalação no Tecnoparque de uma dezena de outras empresas, das áreas de tecnologia em saúde, meio ambiente, nanotecnologia e biotecnologia. Elas aguardam a aprovação de projeto de lei para assinar o protocolo de intenções, de acordo com o presidente da Curitiba S/A (que integra a Prefeitura de Curitiba), Juraci Barbosa Sobrinho.

Segundo ele, o Tecnoparque será maior do que um simples terreno. "Não basta ter local adequado. Trata-se de um grande projeto urbanístico que ‘está nos finalmentes’." Assim que for aprovado pelo prefeito Beto Richa, o projeto de lei irá à Câmara de Vereadores para votação.

O Parque de Software, no qual diversas empresas já empregam 2 mil pessoas, na Cidade Industrial de Curitiba, deve ser integrado ao Tecnoparque. (HC)

Após adquirir a empresa de tecnologia Enabler, a indiana Wipro planeja contratar mais de mil pessoas no médio prazo para trabalhar em Curitiba, onde fica sua sede brasileira. Hoje, o quadro de pessoal da companhia se resume a 65 funcionários. A empresa desenvolve e implementa soluções de software para grandes empresas e tem planos ambiciosos para as Américas. O montante de investimentos não foi divulgado, mas deve ser consumido principalmente em contratações, como é típico do setor de serviços.

A portuguesa Enabler, originalmente integrante do grupo português Sonae, chegou ao Brasil em 2001. Desde então, esteve focada em clientes brasileiros (Lojas Renner e Americanas.com) e europeus dos ramos de varejo, distribuição e produção de bens de consumo. Com a transformação em Enabler Wipro, no ano passado, a empresa está expandindo a atuação para setores como energia, telecomunicações e manufatura, que a Wipro já atende em 45 países. Também direcionou esforços para Brasil, América Latina e Estados Unidos.

A ampliação planejada pela empresa é definida como "agressiva". A instalação em Curitiba foi definida com base no projeto Tecnoparque, pólo de tecnologia projetado pela Companhia de Desenvolvimento de Curitiba.

"A apresentação do Tecnoparque nos motivou a permanecer em Curitiba", conta o diretor no Brasil, Fernando Estrázulas. "O incentivo fiscal é segundo plano, não foi fator determinante."

As empresas que se instalarão no pólo (estão confirmadas a Enabler Wipro e o Centro de Tecnologia Global do HSBC, outro da área de tecnologia da informação) recebem incentivos na forma do "ISS Tecnológico", que permite que parte do Imposto sobre Serviços seja usado em pesquisa e instalações.

"Contou mais a presença de mão-de-obra qualificada, qualidade de vida e infra-estrutura de Curitiba", explica Estrázulas.

A estrutura atual comporta 200 funcionários. A empresa espera fazer grandes contratações aqui mesmo, contando com a mão-de-obra formada nas universidades locais, que considera boas, e com convênios de treinamento. A escolaridade exigida será de no mínimo 3.º grau.

Sobre possíveis entraves burocráticos, que poderiam ser causados pelo fato de a criação do Tecnoparque depender da aprovação de projeto de lei, o diretor diz esperar que o cronograma esteja alinhado ao da Wipro. "Não consideramos a hipótese de ele não evoluir. Senão teríamos de rever os planos."

A área de tecnologia da informação deve estimular a economia nacional com investimentos de R$ 45 bilhões este ano, de acordo com estimativas da consultoria IDC.

O analista Reinaldo Sakis, responsável pelo estudo, considera o Paraná o estado mais promissor na Região Sul para a atração de novos aportes, especialmente pelos incentivos fiscais oferecidos. "O setor de tecnologia é um termômetro do investimento em produção. Consideramos que o Paraná está atingindo um importante patamar de desenvolvimento, que se sustentará com o tempo", diz.

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