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O dólar fechou em baixa de mais de 1% ante o real nesta sexta-feira (16), com o mercado recebendo bem a indicação de Roberto Campos Neto para o comando do Banco Central no lugar de Ilan Goldfajn. O dólar comercial recuou 1,18%, cotado a R$ 3,739. 

O Ibovespa, índice que reúne as ações mais negociadas na Bolsa, avançou 2,96%, a 88.515,27 pontos.  Segundo analistas, investidores já precificavam nos últimos dias que Ilan não ficaria no cargo, o que, para o mercado, seria o melhor cenário. Assim, considerou Campos Neto um bom nome técnico, com reputação e história. 

 "Ele [Roberto Campos Neto] é tido como um economista na linha do avô, extremamente liberal, identificado com as tesourarias do mercado financeiro e certamente é um nome que dará sequência a toda a política do BC implementada pelo Ilan, até então preferido pelo mercado", disse o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva. 

 O anúncio de que Mansueto Almeida permanecerá no cargo de Secretário do Tesouro Nacional também ajuda o mercado, numa sessão encavalada entre o feriado e o fim de semana. 

 Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, diz em comunicado que esses nomes, junto com o de Joaquim Levy no BNDES, dão suporte para a credibilidade da política monetária junto ao mercado. 

 "Esses nomes sinalizam que o novo governo já começa com gente que está familiarizada com os detalhes importantes para o funcionamento da economia e dos principais processos que são necessários para ajustar o déficit público e manter a política monetária em estado de eficiência", escreveu. 

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Em relatório, o banco suíço UBS disse que a equipe que está sendo formada pelo futuro ministro da Economia Paulo Guedes tem uma mistura certa de experiência. "Acreditamos que as notícias de que Almeida ficará e que o ex-ministro da Fazenda, Joaquim Levy, retornará como chefe do BNDES são muito positivo. Ambos têm anos de serviço público e devem ajudar Guedes e Campos [Neto], que nunca trabalharam em Brasília." 

 O mercado observou também no indicador de atividade econômica do Banco Central, o IBC-Br, divulgado nesta sexta. A ligeira queda de 0,09% em setembro, na comparação com o mês anterior, veio acima das expectativas dos analistas. No terceiro trimestre deste ano, a economia brasileira teve uma expansão de 1,74%, após quedas de 0,15% no primeiro trimestre e de 0,79% no segundo. 

 Em relatório, o Goldman Sachs disse que o ritmo de crescimento se firmou durante o terceiro trimestre, mas deverá se suavizar novamente nos próximos três meses. "A economia ainda está operando com um alto grau de folga em termos de utilização de recursos", afirmou. 

 Exterior

 Ao bom humor local somam-se declarações de membros do Federal Reserve (banco central dos Estados Unidos) de que os juros americanos podem subir com ímpeto mais reduzido. Richard Clarida, vice-presidente da instituição, afirmou que a taxa de juros do país está perto das estimativas do Fed de uma taxa neutra e que o neutro "faz sentido". 

 A autoridade monetária já elevou os juros três vezes neste ano e há expectativa ampla entre analistas de uma nova alta em dezembro. Taxas de juros mais altas tendem a atrair para a maior economia do mundo um fluxo de capital até então alocado em outros países, fortalecendo o dólar. 

 Com a indicação, o movimento é o contrário e 28 das 31 principais divisas globais se valorizaram em relação à moeda americana. 

 Lá fora, predominava, no entanto, a cautela em relação ao "brexit", depois que a premiê britânica, Theresa May, anunciou que se mantém firme à retirada do Reino Unido da União Europeia em março, mesmo após renúncia de importantes ministros. Os principais mercados da Europa terminaram o dia no vermelho. A Bolsa de Londres recuou 0,34%.

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