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Rio de Janeiro – A indústria iniciou o segundo semestre com crescimento discreto, sepultando esperanças de expansão mais forte da atividade econômica a partir de julho. Os aumentos de 0,6% na produção em julho em relação a junho e de 3,2% na comparação a igual mês do ano passado revelaram uma "trajetória de crescimento suave" do setor, na avaliação do chefe da coordenação de indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Silvio Sales.

O mês de julho foi marcado pela influência negativa do câmbio sobre a produção de bens duráveis (eletrodomésticos, celulares), bom desempenho de bens de capital e "espalhamento maior" do crescimento entre os setores analisados, segundo Sales. O índice de difusão da produção industrial em julho registrou crescimento na produção em 55% dos produtos pesquisados. Em junho, o índice de difusão havia sido de 43%.

No acumulado do ano, a produção cresceu 2,7%. Apesar do cenário de expansão, ainda que modesta, os dados da indústria foram recebidos com desânimo por entidades ligadas ao setor. Para o gerente do Departamento de Pesquisas Econômicas da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), André Rebelo, os crescimentos de julho não são expressivos e não demonstram qualquer possibilidade de retomada sustentável da atividade industrial neste ano.

O economista-chefe do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Edgard Pereira, vê um cenário de "estagnação". Ele acredita que a produção industrial terá alguma recuperação neste segundo semestre, mas será um incremento fraco e motivado por questões sazonais, como as festas de fim de ano.

Capacidade

A expansão da atividade industrial não tem pressionado o nível de utilização da capacidade instalada.

Em julho, as vendas reais da indústria cresceram 2,69% contra o mesmo mês do ano passado. Já o nível de capacidade instalada ficou estável em 81,6%, segundo dados divulgados ontem no boletim Indicadores Industriais da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Já na comparação com junho, as vendas caíram 1,6%, e, no índice dessazonalizado, cresceram 0,94%. Para a CNI, a retração ante junho é conseqüência da valorização do real frente ao dólar, que a entidade volta a criticar. Por conta dessa alta, as empresas exportadoras tiveram o faturamento reduzido por enquanto.

Além disso, o desempenho de julho foi menor do que no mês anterior devido ao efeito calendário, que reduziu o número de dias úteis do período.

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