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Linha de montagem da Nissan, em São José dos Pinhais: menos Marchs, mais Livinas e Frontiers | Divulgação/Nissan
Linha de montagem da Nissan, em São José dos Pinhais: menos Marchs, mais Livinas e Frontiers| Foto: Divulgação/Nissan

14 dos 18 ramos de atividade industrial monitorados pela Fiep apresentaram crescimento em agosto, de acordo com relatório publicado ontem. Setores como os de material eletrônico e de comunicações têm crescimento acumulado superior a 30% no período janeiro-agosto.

Depois de um resultado decepcionante em julho, quando as vendas subiram apenas 0,7%, a indústria do Paraná voltou a crescer com força em agosto. O faturamento aumentou 13% em relação ao mês anterior, puxado pelo desempenho positivo de 14 dos 18 ramos monitorados pela Federação das Indústrias do Paraná (Fiep). Na avaliação da entidade, o resultado reforça a tendência de que o setor feche o ano com expansão em relação a 2011.

De acordo com a pesquisa Indicadores Conjunturais, publicada ontem, os melhores resultados de agosto vieram de segmentos que haviam se retraído no mês anterior. A indústria do vestuário, que vinha de uma queda de 9,7% em julho, vendeu 32,8% mais na sequência. O segmento de máquinas e equipamentos, que havia recuado 5,1%, avançou 29,2% em agosto. E os fabricantes de veículos passaram de um resultado negativo de 16,6% para uma expansão de quase 30%, provavelmente por causa da expectativa de que agosto seria o último mês de IPI reduzido. Mas os primeiros números relativos a setembro, divulgados nesta semana pela Anfavea, a associação das montadoras, indicam que as vendas desse segmento voltaram a cair.

Na comparação com agosto de 2011, o faturamento total da indústria do Paraná cresceu 6,3%. Mas, nesse caso, o avanço foi menos disseminado: dez atividades relataram alta nas receitas e oito, redução.

Os números de agosto fizeram a taxa de crescimento acumulado em 2012 alcançar seu nível mais alto, após dois meses de desaceleração. Segundo a Fiep, a receita acumulada pela indústria entre janeiro e agosto foi 3,1% superior à do mesmo intervalo do ano passado. Até então o maior índice havia sido de 2,81%, registrado em maio.

Limite ao consumo

Embora afirme que a indústria deve faturar mais em 2012 que no ano passado, o departamento econômico da Fiep avalia que dificilmente o setor conseguirá exibir, nos próximos meses, resultados tão fortes quanto os de agosto. O principal limite estaria no endividamento dos consumidores.

"Há indícios de esgotamento da capacidade de endividamento das famílias, cumulada com relativamente elevada inadimplência", afirmam os economistas da federação, em relatório. "Logo, nem toda a expansão de crédito para pessoas físicas deságua em consumo, pois está se dirigindo também à quitação de dívidas contraídas no passado."

Por outro lado, diz a Fiep, a indústria voltou a investir neste ano, o que sugere que a produção terá condições de crescer mais no médio e longo prazo. As vendas de máquinas e equipamentos, que haviam diminuído 5,5% em 2011, aumentaram 16,3% de janeiro a agosto deste ano. E a importação de bens de capital subiu ainda mais, cerca de 24%.

Falta de carros derruba vendas da Nissan

As vendas da Nissan caíram pelo terceiro mês seguido em setembro. Na verdade, despencaram. A montadora – que compartilha fábrica com a Renault em São José dos Pinhais, na região de Curitiba – vendeu 4,5 mil carros no mês, menos da metade das 10 mil unidades de agosto. Em junho, seu melhor mês, a empresa havia vendido 13,3 mil automóveis.

Dois fatores explicam a retração. O primeiro é que, em agosto, a expectativa de que a redução do IPI chegaria ao fim provocou uma corrida às concessionárias. Com isso, setembro foi mês de ressaca: as vendas de todas as montadoras recuaram 32%.

Mais importante, no entanto, foi a falta de modelos que a Nissan traz do México, em especial o March. Neste ano, o governo limitou as importações de automóveis mexicanos, estabelecendo cotas por montadora. Quem trouxesse mais carros que o estabelecido perderia, nas compras adicionais, os benefícios do regime bilateral, tendo de pagar 35% de Imposto de Importação mais um IPI adicional de 10%.

Segundo reportagem do jornal Valor Econômico, a Nissan, mesmo tendo extrapolado rapidamente sua cota, continuou importando, para não perder mercado. Mas em setembro, quando o setor começou a sondar o governo na tentativa de flexibilizar as cotas, o March sumiu das concessionárias. Tanto que os modelos mais vendidos da marca no mês foram o Livina e o Frontier, ambos fabricados no Paraná.

Para o presidente da Nissan do Brasil, Christian Meunier, setembro foi "atípico". "Foi um mês de transição para a Nissan do Brasil, por conta da nova realidade do mercado e da falta de carros. Esperamos que, a partir de outubro, nossos volumes se recuperem", disse ele, em nota.

Apesar das quedas recentes, no acumulado do ano o desempenho da empresa ainda impressiona. De janeiro a setembro, ela vendeu 84,6 mil unidades, quase o dobro do registrado em igual período de 2011.

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