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O menor avanço da inflação em agosto impulsionou o aumento de 6 2% no Índice de Confiança do Consumidor (ICC) do mês, segundo o coordenador do Núcleo de Pesquisas e Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Aloísio Campelo. De acordo com ele, as desacelerações de preços mensuradas pelos índices inflacionários em agosto conduziram a uma melhora na avaliação da situação da economia local, quesito que foi determinante para a taxa positiva do ICC no mês

O economista lembrou que, de julho para agosto, o porcentual de entrevistados que avaliam a situação econômica local como boa subiu de 12,0% para 13,8%. Já os entrevistados que avaliam como ruim caiu de 51,0% para 40,6%. "Não é um consumidor superotimista que temos em agosto, mas bem menos pessimista do que o registrado no mês passado", completou Campelo, lembrando que o índice estava com queda de 3,9% em julho. "O ICC estava em uma fase de deterioração, em meses anteriores", afirmou

Campelo comentou ainda que a melhora no ICC foi puxada por avaliação de consumidores mais abastados. Ao analisar a evolução do índice por faixas de renda, a confiança do consumidor subiu 10,9% em agosto entre os consumidores com renda acima de R$ 9.600 - e apenas 2,5% entre os consumidores com rendimento até R$ 2.100. "O consumidor de baixa renda ainda está cauteloso e preocupado", disse Campelo. Ele lembrou que, este ano, a disparada nos preços dos alimentos afetou mais a camada da população mais pobre, que destina a maior parte de seus gastos para compra de itens alimentícios

Compras

A melhora na confiança do consumidor em agosto não sinaliza uma futura explosão de consumo para os próximos meses, afirmou Campelo. Segundo ele, embora tenha ocorrido, de uma maneira geral, uma recuperação no humor do consumidor em relação à situação atual e o retorno do otimismo quanto ao cenário dos próximos meses, os dados de agosto sobre intenção de compras, no âmbito do ICC, ainda operam em um patamar mais baixo do que em igual período no ano passado.

Em agosto deste ano, 11% dos pesquisados para o ICC projetam aumentar compras de bens duráveis para os próximos meses - sendo que, em agosto de 2007, esse porcentual era de 15,4%. "A intenção de compras do consumidor poderia ter sido maior. Em agosto, ele (o consumidor) já começa a pensar em suas compras de Natal", comentou

Trabalho

Ainda de acordo com o economista, a melhora na percepção sobre o mercado de trabalho pode ter contribuído muito para a recuperação do ICC em agosto - e não um aumento na intenção de compras. Segundo o economista, 5,5% dos pesquisados informaram em agosto que deve ser mais fácil conseguir emprego nos próximos meses. Em julho 4% dos entrevistados tinham essa avaliação. Já 72,7% dos entrevistados em agosto consideraram que deve ser mais difícil conseguir emprego nos próximos meses, em comparação com o porcentual de 76,1% encontrado para essa resposta em julho. "Foi a melhor avaliação do consumidor para o mercado de trabalho desde o início do ICC, em setembro de 2005", afirmou Campelo.

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